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Teoria sugere um final agridoce e cíclico para berserk, focando na convergência de bem e mal

Uma interpretação aprofundada do mangá Berserk projeta um clímax agridoce focado na fusão de forças opostas.

An
Analista de Mangá Shounen

06/12/2025 às 22:20

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Uma análise detalhada da narrativa de Berserk, considerando os desenvolvimentos mais recentes da obra sob a condução de Kouji Mori e Studio Gaga, sugere que o desfecho planejado por Kentaro Miura pode culminar em um estado de convergência universal, equilibrando o bem e o mal de maneira irreversível.

Este desfecho teorizado parte da premissa de que o caminho de Guts, após superar sua Besta da Escuridão, culminará na manifestação tangível da ideia do bem, espelhando Griffith como a personificação da ideia do mal. O ponto central seria Guts assumir a liderança de uma nova e reerguida Banda dos Halcões, unindo forças com Kushans, espíritos aliados, e figuras proeminentes como o Rei Gaiseric e seu séquito, preparando-se para o confronto final contra a nova ordem de Griffith em Falconia.

Falconia como ponto focal e a ideia de convergência

A cidade de Falconia, onde apóstolos e seguidores de Griffith se reúnem, é vista como um local pivotal, análogo ao Eclipse ou à Torre da Revelação. Acredita-se que a cúpula nos fundos da cidade servirá como uma abertura ou portal para que a ideia do mal se manifeste fisicamente em escala cósmica. Em paralelo, o confronto de Guts com sua própria escuridão interna seria o catalisador para a plena realização da ideia do bem.

A teoria postula que Griffith, ao enfrentar sua própria dualidade, confrontaria sua “besta da luz” (o Filho da Lua, filho de Guts e Casca). O clímax envolveria uma batalha sangrenta dentro de Falconia, onde Guts, empoderado pela ideia do bem e pela força de suas conexões, derrotaria o novo segundo em comando de Griffith. É um ponto chave que a vitória de Guts estaria ligada à sua capacidade de manipular o destino, alinhada à vontade do bem, contrastando com o caminho escolhido por Griffith.

O equilíbrio final: um mundo sem morte permanente

O desfecho mais profundo desta interpretação reside na fusão dessas duas grandes forças no plano físico, desencadeando uma convergência de todos os reinos, astral e físico. Isso resultaria em um mundo onde as fronteiras desaparecem, o abismo infernal se desfaz, e as almas retornam à vida nesse novo espaço único. Seria um estado sem morte permanente e sem dor física agoniante, mas com a manutenção de toda a dor emocional e memória.

Nesse novo estado, embora a violência física não seja letal, as consequências emocionais seriam permanentes. O mais notável é que este cenário forçaria uma reconciliação transparente entre Guts, Griffith, Casca e todos os envolvidos. A lição seria o reconhecimento de que todos foram, em parte, peões de uma causalidade maior, impulsionados por desejos humanos (medo, ambição, necessidade de conexão).

O desfecho agridoce para Griffith

Para Guts, o final seria um alívio após seu sofrimento, enquanto para Griffith, seria um sofrimento prolongado, porém não letal. A paz viria acompanhada de uma transparência brutal; Griffith teria que confrontar a totalidade de seus atos, o que funcionaria como seu inferno pessoal. Ele perderia seu poder de ameaçar, forçando-o a lidar com a culpa e a vergonha, embora a influência da ideia do bem pudesse eventualmente oferecer-lhe um caminho para a redenção ou, ao menos, aceitação.

A teoria final sugere que a visão de Griffith sobre Casca cuidando dele, cercado por Guts e os antigos membros da Banda dos Halcões, vista anteriormente, representava o futuro que ele realmente desejava inconscientemente, mas que ele rejeitou ao escolher o caminho do sacrifício. A convergência, portanto, forçaria esse futuro agridoce, onde a paz é alcançada através do conhecimento adquirido do ciclo de tragédias, permitindo que Guts e Casca escolham seu destino, enquanto Griffith se submete ao trabalho árduo da reparação moral.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.