Teoria sugere um final agridoce e cíclico para berserk, focando na convergência de bem e mal
Uma interpretação aprofundada do mangá Berserk projeta um clímax agridoce focado na fusão de forças opostas.
Uma análise detalhada da narrativa de Berserk, considerando os desenvolvimentos mais recentes da obra sob a condução de Kouji Mori e Studio Gaga, sugere que o desfecho planejado por Kentaro Miura pode culminar em um estado de convergência universal, equilibrando o bem e o mal de maneira irreversível.
Este desfecho teorizado parte da premissa de que o caminho de Guts, após superar sua Besta da Escuridão, culminará na manifestação tangível da ideia do bem, espelhando Griffith como a personificação da ideia do mal. O ponto central seria Guts assumir a liderança de uma nova e reerguida Banda dos Halcões, unindo forças com Kushans, espíritos aliados, e figuras proeminentes como o Rei Gaiseric e seu séquito, preparando-se para o confronto final contra a nova ordem de Griffith em Falconia.
Falconia como ponto focal e a ideia de convergência
A cidade de Falconia, onde apóstolos e seguidores de Griffith se reúnem, é vista como um local pivotal, análogo ao Eclipse ou à Torre da Revelação. Acredita-se que a cúpula nos fundos da cidade servirá como uma abertura ou portal para que a ideia do mal se manifeste fisicamente em escala cósmica. Em paralelo, o confronto de Guts com sua própria escuridão interna seria o catalisador para a plena realização da ideia do bem.
A teoria postula que Griffith, ao enfrentar sua própria dualidade, confrontaria sua “besta da luz” (o Filho da Lua, filho de Guts e Casca). O clímax envolveria uma batalha sangrenta dentro de Falconia, onde Guts, empoderado pela ideia do bem e pela força de suas conexões, derrotaria o novo segundo em comando de Griffith. É um ponto chave que a vitória de Guts estaria ligada à sua capacidade de manipular o destino, alinhada à vontade do bem, contrastando com o caminho escolhido por Griffith.
O equilíbrio final: um mundo sem morte permanente
O desfecho mais profundo desta interpretação reside na fusão dessas duas grandes forças no plano físico, desencadeando uma convergência de todos os reinos, astral e físico. Isso resultaria em um mundo onde as fronteiras desaparecem, o abismo infernal se desfaz, e as almas retornam à vida nesse novo espaço único. Seria um estado sem morte permanente e sem dor física agoniante, mas com a manutenção de toda a dor emocional e memória.
Nesse novo estado, embora a violência física não seja letal, as consequências emocionais seriam permanentes. O mais notável é que este cenário forçaria uma reconciliação transparente entre Guts, Griffith, Casca e todos os envolvidos. A lição seria o reconhecimento de que todos foram, em parte, peões de uma causalidade maior, impulsionados por desejos humanos (medo, ambição, necessidade de conexão).
O desfecho agridoce para Griffith
Para Guts, o final seria um alívio após seu sofrimento, enquanto para Griffith, seria um sofrimento prolongado, porém não letal. A paz viria acompanhada de uma transparência brutal; Griffith teria que confrontar a totalidade de seus atos, o que funcionaria como seu inferno pessoal. Ele perderia seu poder de ameaçar, forçando-o a lidar com a culpa e a vergonha, embora a influência da ideia do bem pudesse eventualmente oferecer-lhe um caminho para a redenção ou, ao menos, aceitação.
A teoria final sugere que a visão de Griffith sobre Casca cuidando dele, cercado por Guts e os antigos membros da Banda dos Halcões, vista anteriormente, representava o futuro que ele realmente desejava inconscientemente, mas que ele rejeitou ao escolher o caminho do sacrifício. A convergência, portanto, forçaria esse futuro agridoce, onde a paz é alcançada através do conhecimento adquirido do ciclo de tragédias, permitindo que Guts e Casca escolham seu destino, enquanto Griffith se submete ao trabalho árduo da reparação moral.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.