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A redescoberta da tragédia de berserk: O impacto emocional de assistir ao anime de 1997 com um novo olhar

Um fã experiente de Berserk relata a devastação de rever o Eclipse de 1997 ao lado de sua parceira, revelando a profundidade da obra.

Analista de Mangá Shounen
22/10/2025 às 06:40
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A experiência de revisitar obras de mídia queridas pode revelar camadas de significado anteriormente despercebidas, especialmente quando compartilhada com alguém novo no universo da história. Este fenômeno foi recentemente destacado por um apreciador de longa data do mangá e anime Berserk, que se viu profundamente abalado ao assistir a adaptação de 1997, especificamente o arco da Era de Ouro, ao lado de sua namorada.

Para este indivíduo, que já havia consumido a obra várias vezes - lendo o mangá em sua totalidade por três vezes e assistindo a série de 1997 no mínimo quinze ocasiões -, a narrativa de Guts, Griffith e Casca já era profundamente familiar. A decisão de introduzir sua parceira a este cânone da fantasia sombria, frequentemente descrito por ele como sua peça de mídia favorita, prometia ser um momento de orgulho e compartilhamento.

A força do trauma compartilhado

O início da jornada foi gradual, com a escolha estratégica de começar a exibição pelo episódio 2, considerado por muitos um ponto de entrada mais claro para a complexa mitologia do que o controverso episódio de estreia. Contudo, à medida que a trama avançava e se aproximava do clímax da Era de Ouro, especificamente em torno do episódio 20, uma tensão imensa começou a se instalar. Algo mudou na forma como o espectador, já íntimo da história, recebia os eventos.

Estar fisicamente ligado à sua parceira, sabendo que ela estava experimentando pela primeira vez a violência brutal e o sadismo inerente ao Eclipse, transformou uma cena já conhecida em uma provação emocional inédita. O narrador descreveu um desmoronamento emocional completo no momento do sacrifício, chorando intensamente não apenas pela tragédia dos personagens, mas pelo peso da experiência compartilhada.

É um testemunho poderoso sobre a natureza da obra criada por Kentaro Miura. Muitos que experimentam Berserk pela primeira vez na adolescência, como este fã aos 14 anos, podem admirar a escala épica ou a ação sem processar totalmente a crueldade filosófica por trás dos atos de Griffith. A maturidade emocional alcançada mais tarde permite uma percepção mais nítida do mal inerente e da profundidade do sofrimento de Casca e Guts.

Griffith e o peso da narrativa sombria

A visão renovada forçou o espectador a confrontar a maldade de Griffith de uma maneira visceralmente nova. A transformação de um heroi carismático em um antagonista capaz de tamanha traição ganha um novo peso quando visto através dos olhos de alguém que se importa profundamente com as vítimas no momento em que os eventos ocorrem. A experiência sublinha por que Berserk é reverenciado por seu realismo brutal, apesar do contexto de fantasia e demônios.

A intensidade da experiência foi tanta que levou o fã a se afastar momentaneamente da comunidade e do material, evidenciando como certas narrativas só revelam seu verdadeiro núcleo de dor quando vistas em um contexto de afeto, o que intensifica a sensação de impotência diante da catástrofe fictícia. Uma nova apreciação pela alma esmagadora do Eclipse, sentida verdadeiramente pela primeira vez, marcou este reencontro com a obra.

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Tags:

#Anime Clássico #Griffith #Berserk 1997 #Eclipse #Garota Namorada

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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