A questão da munição nichirin: Análise estratégica sobre a eliminação de muzan kibutsuji em kimetsu no yaiba

A viabilidade de usar projéteis especializados, como munição nichirin em larga escala, para derrotar o protagonista de Kimetsu no Yaiba levanta debates táticos cruciais.

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Analista de Mangá Shounen

22/10/2025 às 01:10

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A estratégia de combate empregada contra Muzan Kibutsuji, o progenitor dos demônios em Kimetsu no Yaiba, frequentemente foca em métodos de exaustão e confrontos diretos. No entanto, uma linha de raciocínio tática sugere uma abordagem mais industrial e tecnológica para resolver o conflito, levantando a questão sobre o potencial desperdício de uma solução mais óbvia: o uso maciço de munição à base de nichirin.

O nichirin é o único material conhecido capaz de ferir permanentemente os demônios, sendo a base das lâminas dos Caçadores de Demônios. A ideia por trás da pergunta é simples, mas disruptiva no contexto narrativo: por que não estocar este material essencial e transformá-lo em artilharia de projéteis, como granadas ou balas de canhão, para um bombardeio concentrado contra Muzan, visando a aniquilação rápida?

O Desafio da Produção e Escala

Para que tal plano funcionasse na escala necessária para ser decisivo, seria preciso um suprimento astronômico de nichirin. A obtenção e fabricação desse material já são processos complexos e restritos. A produção de espadas para todos os membros da Corporação de Caçadores de Demônios já exige um controle rigoroso sobre sua extração e forja, conforme detalhado no universo da obra. Expandir essa produção para munição de artilharia, que exige quantidades muito maiores por disparo, impõe um obstáculo logístico quase intransponível dentro da estrutura do Japão Taishō retratado.

A logística de guerra moderna, mesmo que rudimentar para a época, depende de padronização. Transformar o metal em diversos tipos de projéteis, como granadas de fragmentação ou ogivas de morteiro, exigiria um desvio massivo de recursos. Seria necessário um esforço industrial coordenado, algo que a organização, focada em operações secretas e guerrilha noturna, não parece apta a realizar.

A Fragilidade Estrutural e a Necessidade de Exposição

Além da produção, há a questão da eficácia do ataque. Muzan, mesmo em seu estado de vulnerabilidade final, demonstrou uma regeneração celular extraordinária. Um bombardeio de projéteis de nichirin, a menos que fossem disparados em número esmagador e constante, poderia ser neutralizado pela capacidade regenerativa do Rei dos Demônios. As armas dos Caçadores são eficazes porque os usuários infundem sua Vontade e técnica de respiração no corte, potencializando o efeito do nichirin no ponto de contato constante.

A estratégia da Corporação, historicamente, tem sido forçar Muzan a um estado de fraqueza física extrema, muitas vezes sob luz solar direta - um fator ambiental que acelera a degradação celular de forma imediata e incontrolável. A sugestão de utilizar artilharia, como morteiros ou canhões adaptados, esbarra na necessidade de expor a fonte do ataque a um contra-ataque imediato e letal. Um ataque de artilharia, por sua natureza, é mais lento e menos preciso em comparação com o combate corpo a corpo de espadachins de elite.

Portanto, enquanto a ideia de um bombardeio de nichirin representa um atalho tático atraente em teoria, ela esbarra nas limitações logísticas do mundo de Kimetsu no Yaiba e na necessidade inerente de um contato físico direto e contínuo para superar a resistência de um ser com a resiliência de Muzan Kibutsuji.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.