Análise crítica da produção da terceira temporada de 'one punch man' e a frustração dos fãs
A expectativa pela terceira temporada de OPM colidiu com uma percepção de qualidade visual questionável, reacendendo o debate sobre prazos de produção.
A recente entrega da terceira temporada do popular anime One Punch Man (OPM) gerou uma onda de insatisfação entre os espectadores, focada principalmente na qualidade da animação e na gestão do cronograma de produção do estúdio responsável.
Uma das alegações mais controversas levantadas por parte da audiência é o uso do prazo de produção de apenas 6 a 7 meses como justificativa para as deficiências visuais apresentadas. Essa justificativa, segundo os críticos mais severos, é insuficiente, especialmente considerando o longo hiato sofrido pela franquia.
O hiato e as expectativas elevadas
A espera pela terceira temporada foi considerável. Após o término da segunda temporada, os fãs aguardaram seis anos por um retorno que prometia adaptar o aclamado arco de Garou. Durante esse período, as expectativas foram inflamadas, em parte devido à excelência do traço do mangaká Yusuke Murata e a um teaser de luta, lançado um ano antes, que apresentava um nível de animação altíssimo.
A discrepância entre a qualidade prometida e o produto final levou muitos a questionarem a seriedade com que o estúdio tratou o projeto. Argumenta-se que, se o planejamento inicial indicava um início tardio da animação, a comunicação clara sobre a necessidade de mais tempo teria sido preferível. A sensação predominante é que o cronograma apertado resultou em uma série que, em vez de ser repleta de cenas fluidas, parece ser construída predominantemente por quadros estáticos, algo que desvaloriza a essência da obra original.
Comparativos e a sombra da segunda temporada
Outro ponto de discórdia reside na tentativa de alguns fãs de comparar a terceira temporada com a segunda. Contudo, essa comparação é vista como falha por diversos motivos. A temporada anterior, embora controversa e alvo de críticas por sua animação na época, ainda apresentava movimento e fluidez, enquanto a nova entrega é frequentemente descrita como um "slideshow" de painéis do mangá.
O contraste é reforçado ao se analisar o histórico recente da indústria, como o trabalho realizado pelo estúdio MAPPA, que conseguiu entregar 24 episódios de Jujutsu Kaisen e um filme em um período de tempo comparativamente menor, levantando dúvidas sobre a alocação de recursos e prioridades no projeto de OPM.
A posição do diretor e a crítica construtiva
O diretor da série também se tornou alvo de críticas, embora se ressalte a necessidade de diferenciar a crítica legítima do assédio tóxico contra criadores. Enquanto os ataques pessoais devem ser veementemente condenados, as críticas direcionadas à gestão da produção são consideradas válidas.
Muitos esperam que a liderança criativa se posicione de maneira análoga a outros diretores que levantaram preocupações sobre as condições de trabalho em seus estúdios, em vez de defender um resultado final que não correspondeu ao potencial da obra. A frustração reside no sentimento de que a equipe não se dedicou integralmente ao material, após anos de antecipação por um arco tão importante para os leitores do mangá.