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Análise crítica da produção da terceira temporada de 'one punch man' e a frustração dos fãs

A expectativa pela terceira temporada de OPM colidiu com uma percepção de qualidade visual questionável, reacendendo o debate sobre prazos de produção.

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Analista de Mangá Shounen

24/10/2025 às 07:56

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A recente entrega da terceira temporada do popular anime One Punch Man (OPM) gerou uma onda de insatisfação entre os espectadores, focada principalmente na qualidade da animação e na gestão do cronograma de produção do estúdio responsável.

Uma das alegações mais controversas levantadas por parte da audiência é o uso do prazo de produção de apenas 6 a 7 meses como justificativa para as deficiências visuais apresentadas. Essa justificativa, segundo os críticos mais severos, é insuficiente, especialmente considerando o longo hiato sofrido pela franquia.

O hiato e as expectativas elevadas

A espera pela terceira temporada foi considerável. Após o término da segunda temporada, os fãs aguardaram seis anos por um retorno que prometia adaptar o aclamado arco de Garou. Durante esse período, as expectativas foram inflamadas, em parte devido à excelência do traço do mangaká Yusuke Murata e a um teaser de luta, lançado um ano antes, que apresentava um nível de animação altíssimo.

A discrepância entre a qualidade prometida e o produto final levou muitos a questionarem a seriedade com que o estúdio tratou o projeto. Argumenta-se que, se o planejamento inicial indicava um início tardio da animação, a comunicação clara sobre a necessidade de mais tempo teria sido preferível. A sensação predominante é que o cronograma apertado resultou em uma série que, em vez de ser repleta de cenas fluidas, parece ser construída predominantemente por quadros estáticos, algo que desvaloriza a essência da obra original.

Comparativos e a sombra da segunda temporada

Outro ponto de discórdia reside na tentativa de alguns fãs de comparar a terceira temporada com a segunda. Contudo, essa comparação é vista como falha por diversos motivos. A temporada anterior, embora controversa e alvo de críticas por sua animação na época, ainda apresentava movimento e fluidez, enquanto a nova entrega é frequentemente descrita como um "slideshow" de painéis do mangá.

O contraste é reforçado ao se analisar o histórico recente da indústria, como o trabalho realizado pelo estúdio MAPPA, que conseguiu entregar 24 episódios de Jujutsu Kaisen e um filme em um período de tempo comparativamente menor, levantando dúvidas sobre a alocação de recursos e prioridades no projeto de OPM.

A posição do diretor e a crítica construtiva

O diretor da série também se tornou alvo de críticas, embora se ressalte a necessidade de diferenciar a crítica legítima do assédio tóxico contra criadores. Enquanto os ataques pessoais devem ser veementemente condenados, as críticas direcionadas à gestão da produção são consideradas válidas.

Muitos esperam que a liderança criativa se posicione de maneira análoga a outros diretores que levantaram preocupações sobre as condições de trabalho em seus estúdios, em vez de defender um resultado final que não correspondeu ao potencial da obra. A frustração reside no sentimento de que a equipe não se dedicou integralmente ao material, após anos de antecipação por um arco tão importante para os leitores do mangá.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.