Análise crítica aponta inconsistências no desenvolvimento da personagem daki em kimetsu no yaiba

A personagem Daki, uma das Luas Superiores em Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba), tem sido foco recente de uma análise aprofundada sobre a coerência narrativa apresentada durante seu arco de confronto na história desenvolvida por Koyoharu Gotouge. Embora reconhecida por possuir um dos conjuntos de habilidades mais singulares dentro do vasto elenco de animes e mangás, a execução de seu declínio e as circunstâncias de sua derrota levantam pontos críticos sobre a progressão de poder dos protagonistas.

O cerne da questão reside na aparente suspensão da lógica estabelecida no sistema de força do universo, especialmente no clímax da luta contra Tanjiro e Nezuko. A crítica aponta que, após o protagonista ter sido severamente desgastado e ferido, a súbita paridade de poder com Daki parece forçada. A capacidade de Nezuko reverter o avanço da batalha ao congelar o sangue de Daki é vista como um recurso conveniente demais.

O Salto de Poder e a Coerência Interna

A habilidade de Nezuko evoluir é compreensível devido à alta concentração do sangue de Muzan que ela carrega. No entanto, a maneira específica como o congelamento sanguíneo age é percebida como um elemento introduzido abruptamente para resolver a situação, sugerindo que o autor priorizou o desfecho desejado em detrimento da consistência da progressão das habilidades, um fenômeno que pode ocorrer em narrativas de longa duração.

Um dos momentos mais questionados, especificamente sob a ótica da animação, envolve a cena em que Inosuke consegue decapitar Daki. A inação da Lua Superior Dois naquele instante crucial é vista como ilógica. Considerando seu poder demonstrado, Daki teria a margem para aniquilar Inosuke com facilidade, tornando sua passividade um ponto de falha notável na construção da tensão da cena de ação, que depende da capacidade de sobrevivência dos heróis.

Alterações de Personalidade e Arcos Emocionais Apresados

Além das questões de combate, a transição abrupta na personalidade de Daki também foi criticada. A passagem de uma vilã implacável e ameaçadora para uma figura quase infantil e em estado de choro assim que seu irmão, Gyutaro, entra em cena, é considerada mal desenvolvida. Essa mudança brusca, embora visando explorar a profunda codependência entre os dois irmãos, resultou em uma caracterização que pareceu apressada e inconsistente com a persona fria estabelecida anteriormente.

Apesar das ressalvas sobre o desenvolvimento narrativo em seu arco final, o conceito básico por trás dos poderes de Daki - o uso de suas faixas de obi para manipulação e ataque - permanece altamente original e apreciado dentro do cenário de Shonen. A discussão em torno de sua jornada destaca o delicado equilíbrio que criadores enfrentam entre manter a coerência interna de um sistema de poder estabelecido e garantir um final satisfatório para os arcos dos personagens centrais na obra de Koyoharu Gotouge.