O dilema da adaptação animada: Webcomic de one punch man como alternativa à qualidade do mangá?

A discussão sobre o futuro da adaptação animada de One Punch Man (OPM) tocou em um ponto sensível para os fãs: seria mais vantajoso para a produção saltar o material do mangá desenhado por Yusuke Murata e focar diretamente no webcomic original criado por ONE?

A qualidade da primeira temporada do anime é universalmente aclamada, sendo frequentemente citada como um marco na animação moderna. No entanto, críticas persistentes surgiram nas temporadas subsequentes, sugerindo uma queda na excelência visual. Essa disparidade estimulou a reflexão sobre os desafios inerentes à transposição das artes detalhadas de Murata para a tela.

A complexidade da arte detalhada

O núcleo do problema reside no esforço monumental exigido para animar as páginas do mangá. O trabalho de Murata é conhecido por sua riqueza de detalhes e sequências de ação complexas. Adaptar personagens como Orochi, por exemplo, garantindo fluidez e impacto visual, representa um desafio de produção considerável, que exige tempo e recursos vastos.

A alternativa reside no material fonte primário: o webcomic de ONE. Embora visualmente mais simples, o ritmo e o enredo dessa versão são considerados por muitos como mais coesos e menos 'inchados', especialmente no arco da Associação de Monstros (MA arc). A expectativa de ter que aguardar longos períodos entre temporadas, apenas para se deparar com uma qualidade de animação abaixo do esperado, gera frustração.

Um dos paralelos levantados é com a adaptação de obras como Berserk, onde a fidelidade ao desenho original do mangá se choca com as limitações práticas da produção em série, resultando em entregas visuais controversas.

O precedente de Mob Psycho 100

Um exemplo positivo citado para justificar a transição para o estilo do webcomic é o histórico do estúdio responsável por Mob Psycho 100. Apesar de adaptar a arte simplificada de ONE, essa produção manteve um nível consistentemente alto de animação e experiência de entretenimento ao longo de suas temporadas. Isso sugere que priorizar a animação fluida e a narrativa direta, baseada no rascunho inicial, pode ser um caminho mais sustentável.

A questão central, portanto, não é sobre a superioridade do desenho, mas sobre a viabilidade da produção: é preferível ter uma adaptação fiel ao mangá com grande risco de qualidade inconsistente e longas pausas, ou um produto que priorize a excelência técnica contínua, baseando-se na narrativa essencial do webcomic, mesmo que isso signifique um sacrifício no nível de detalhe gráfico visto nas prévias publicadas por Murata?