Voz de san em 'princesa mononoke' não foi critério de escolha, revela fundador do studio ghibli
Revelação sobre a personagem San em 'Princesa Mononoke' aponta que a atriz foi selecionada por outros atributos, não pela voz.
Um olhar nos bastidores da produção de Princesa Mononoke, uma das obras mais reverenciadas de Hayao Miyazaki, trouxe à tona um detalhe intrigante sobre o processo de seleção da atriz para dar vida à selvagem San. Segundo relatos de um dos fundadores do Studio Ghibli, a escolha da dubladora não se baseou primariamente na qualidade vocal, mas sim em características pessoais que ressoavam com a visão do diretor.
A protagonista, uma jovem criada por lobos e dividida entre o mundo humano e o da floresta, é um ícone de força e pureza indomada no cinema de animação. A revelação sugere que a personificação de San dependia de uma sintonia mais profunda entre a artista e o arquétipo criado por Miyazaki, que frequentemente se sente atraído por perfis femininos fortes e independentes.
A afinidade de Hayao Miyazaki com os personagens
A preferência de Miyazaki por certos tipos de intérpretes ou personalidades é um tema recorrente no estudo de sua filmografia. A atriz selecionada para San teria se alinhado a um molde específico do cineasta. Isso implica que a essência da personagem, sua atitude e sua presença visual e dramática, superaram as expectativas técnicas de desempenho vocal puro, focando na autenticidade da entrega emocional e no *feeling* da presença.
Isso contrasta com a abordagem que, em outras produções, poderia priorizar um timbre de voz específico para corresponder à tonalidade emocional esperada de um personagem central. No caso de San, a maneira como a atriz se sentia e se projetava foi, aparentemente, o fator determinante para sua escalação no filme de 1997.
San: Um símbolo de resistência no cinema japonês
Princesa Mononoke aborda temas complexos como a relação destrutiva entre humanidade e natureza, industrialização e espiritualidade. San (ou Mononoke-hime) é a personificação dessa defesa feroz dos espíritos da floresta, e sua voz, embora crucial na dublagem final, era secundária à sua força intrínseca. A escolha da atriz, portanto, foi uma decisão artística que visava encapsular essa força bruta e primordial.
A análise dessas decisões de elenco oferece uma janela valiosa para o método de trabalho de Hayao Miyazaki, um diretor que frequentemente busca atores que tragam uma parte de si mesmos para o papel, em vez de apenas executarem instruções técnicas rígidas. É a personalidade refletida na arte que parece ter prevalecido na criação desta heroína inesquecível.