A verdadeira ambição de griffith: Desvendando o conceito de seu 'reino' em berserk
A conquista do reino por Griffith após o Arco da Era de Ouro levanta questões profundas sobre seus objetivos finais na narrativa de Berserk, sugerindo uma sede de poder ilimitada.
A ascensão de Griffith como o novo Falcão, após o sacrifício da Banda dos Falcões, marca um ponto de inflexão dramático na saga Berserk. Ao estabelecer seu domínio sobre os refugiados e sobreviver à catástrofe, ele funda um reino que, embora pareça ser a concretização de seu sonho inicial, rapidamente se revela insuficiente para sua ambição redefinida.
O foco da narrativa recai sobre a natureza desse domínio recém-adquirido. Griffith havia declarado, mesmo antes do trágico encontro na Colina das Espadas, que almejava possuir seu próprio reino, uma entidade feudal digna de seu status. Com a posse de Falconia - a cidade-estado que se ergue miraculosamente em meio ao caos - ele alcança esse patamar. Ele governa os remanescentes da humanidade, oferecendo um santuário ilusório contra as criaturas demoníacas do mundo.
A Insatisfação como Motor Narrativo
O ponto crucial que intriga os observadores da obra de Kentaro Miura é o fato de que, mesmo tendo um reino sob seu comando, Griffith demonstra uma sede insaciável por mais. Se o seu desejo inicial era puramente territorial e político, alcançá-lo deveria trazer saciedade. Contudo, a narrativa sugere que o reino que ele agora administra é apenas um meio, e não o fim.
A transição de Griffith de líder carismático para ser mais do que um mero rei feudal é central para entender sua motivação pós-Eclipse. Ele não está interessado em simplesmente gerir fronteiras ou impostos; sua visão parece transcender a política humana convencional. A paz que ele impõe, sustentada por um poder divino e misterioso, parece ser um palco conveniente construído para um objetivo muito maior.
Qual é o verdadeiro escopo da ambição?
A especulação se move rapidamente para a extensão máxima de sua vontade de poder. Seria o reino físico dos homens apenas o primeiro passo para algo que abrange todo o globo? Ou o conceito de “reino” se expandiu para um domínio metafísico, talvez uma tentativa de reescrever as leis da realidade para torná-la compatível com sua visão de um mundo perfeito, livre da dor e do sofrimento que ele mesmo infligiu para alcançá-la?
A dinâmica estabelecida por Griffith, onde ele é venerado quase como uma divindade salvadora depois de ser percebido como um anjo redentor, sugere que seu objetivo final envolve controle absoluto, não apenas sobre territórios, mas sobre a percepção e a própria existência de seus súditos. O reino atual, portanto, serve como o epicentro de seu poder demoníaco, um ponto de partida para uma dominação que, tudo indica, se estenderá até os limites do que o universo de Berserk permite.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.