A validade da tetralogia 'rebuild of evangelion' no cânone do anime
A série de filmes 'Rebuild of Evangelion' permanece um ponto de debate fervoroso entre entusiastas de anime. Sua relação com a obra original e seu mérito próprio são centrais.
 
                            A tetralogia cinematográfica Rebuild of Evangelion, que reimagina e expande a narrativa seminal da série de televisão Neon Genesis Evangelion, continua a ser um tópico central de análise e avaliação entre aficionados por animação japonesa. Lançada ao longo de mais de uma década, a série de filmes composta por Evangelion: 1.0 You Are (Not) Alone, Evangelion: 2.0 You Can (Not) Advance, Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo e o finalizador Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon a Time, não é apenas uma remasterização, mas sim uma releitura ambiciosa.
A decisão de refazer uma obra icônica
O projeto Rebuild surgiu após o aclamado, mas controverso, final da série original dirigida por Hideaki Anno. A iniciativa de recriar a história levantou imediatamente a questão de seu propósito: serviria como uma homenagem, um esclarecimento de ideias não exploradas, ou um caminho completamente novo?
Os primeiros filmes, embora apresentem fidelidade visual e narrativa nos estágios iniciais, rapidamente divergem do material de origem. O destaque recai sobre a introdução de novos elementos visuais, técnicas de animação modernas e, crucialmente, mudanças significativas no desenvolvimento dos personagens. Por exemplo, a trajetória de alguns protagonistas, como Asuka Langley Soryu e Rei Ayanami, recebe novas nuances, forçando o espectador a reavaliar entendimentos prévios sobre suas motivações e futuros.
O impacto visual e a evolução da narrativa
Tecnicamente, os filmes representam um salto quântico em comparação com a animação do final dos anos 90. A qualidade da produção, especialmente nas sequências de batalha envolvendo os Evangelions contra os Anjos (e posteriormente contra as forças desconhecidas após a grande mudança de cenário no terceiro filme), estabeleceu um novo padrão para o gênero mecha. A transição do digital inicial para abordagens mais híbridas em Thrice Upon a Time demonstra a ambição estética do projeto.
No entanto, é na progressão da trama que o debate se intensifica. O terceiro e o quarto filmes criam um cânone distinto, introduzindo conceitos como o Minus Space (Espaço Negativo) e redefinindo o papel do protagonista Shinji Ikari em relação ao ciclo de recriação do mundo. Para alguns, essas adições oferecem um fechamento mais satisfatório e esperançoso para as jornadas emocionais desgastantes propostas pela série original.
Outra perspectiva argumenta que, ao modificar drasticamente os pontos centrais do enredo, a série Rebuild corre o risco de diluir a força da ambiguidade temática que definiu o Evangelion original. A clareza ou a falta dela nas resoluções finais da saga Rebuild é o fator determinante para muitos na avaliação de sua permanência no panteão dos grandes animes.
Em essência, a questão sobre a validade dos filmes reside na aceitação da sua natureza como uma reinterpretação que abraça uma direção própria, em vez de apenas refazer o passado. A experiência de assistir aos Rebuild é menos sobre comparar quadro a quadro com a série de TV e mais sobre absorver uma nova perspectiva oferecida pelo mesmo criador sobre temas universais de isolamento, conexão e o peso da existência.
 
                                        Fã de One Piece
Entusiasta dedicado da franquia One Piece com foco em análise de conteúdo e apreciação de comédia e desenvolvimento de personagens. Experiência em fóruns especializados e discussões temáticas sobre o mangá/anime.
 
                         
                        