Teoria reinterpreta o universo de naruto: A jornada de shippuden seria um complexo sonho induzido por itachi?

Uma interpretação radical do universo criado por Masashi Kishimoto ganhou destaque ao propor uma reestruturação completa da narrativa de Naruto. Segundo essa perspectiva, o momento crucial em que Itachi Uchiha trava contato visual com Naruto Uzumaki não seria apenas um breve uso de Genjutsu, mas sim o ponto de partida para uma simulação mental de escala épica.

O gatilho mental: Kotoamatsukami e a ilusão onírica

A teoria central sugere que Itachi, em vez de usar uma técnica simples ou mesmo o Tsukuyomi, empregou uma combinação sofisticada de Kotoamatsukami parcialmente ativado, misturado a um Genjutsu personalizado. Este ataque teria mergulhado a mente de Naruto em um estado de sonho profundo e estruturado, moldado pela própria imaginação do protagonista adolescente, que na época possuía um intelecto considerado menos apto a processar verdades complexas.

O argumento principal para a necessidade de um sonho é a incapacidade do cérebro de Naruto, então com 12 anos, de assimilar informações explosivas, como a verdade sobre a Akatsuki, o massacre do clã Uchiha, a existência de Madara e o papel de Danzo Shimura. Para Itachi, plantar essas sementes de forma direcionada, permitindo que a mente de Naruto construísse o resto da narrativa, seria uma abordagem mais segura para prepará-lo sem causar um colapso mental imediato.

A consistência da lógica onírica em Shippuden

O período que abrange Shippuden, a Quarta Guerra Mundial Ninja, a ameaça de Kaguya e até mesmo o surgimento de Boruto, seria, sob este prisma, a manifestação desse sonho guiado. A lógica interna da série, com suas acelerações de poder (o chamado power creep) e a introdução súbita de ameaças cósmicas como as divindades Otsutsuki, corresponderia perfeitamente à natureza ilógica e inconsistente dos sonhos.

Curiosamente, a passividade inicial de Kurama, a Raposa de Nove Caudas, é explicada. No início da Parte 1, Kurama era descrito como uma entidade isolada e revoltada, não se importando com o estado mental de Naruto e, portanto, não intervindo na ilusão. Além disso, cenas importantes onde Naruto não está presente seriam explicadas como sequências cinematográficas criadas pelo subconsciente de Naruto, atuando como se ele estivesse assistindo ao "seu próprio anime" enquanto dormia.

Boruto: a ferramenta de despertar de Itachi

O aspecto mais intrigante da análise envolve a série sucessora, Boruto: Naruto Next Generations. Nesta teoria, Boruto não é simplesmente o filho de Naruto, mas sim o Kotoamatsukami 2.0. Ele seria um construto onírico, um programa de desligamento inserido no sonho de Naruto como uma estratégia de saída controlada.

As habilidades extraordinárias de Boruto, como o Jōgan, a marca Karma e a capacidade de viajar entre dimensões, seriam inerentes a sua função: desestabilizar a ilusão para forçar o despertar sem destruir a psique de Naruto. Kawaki, por sua vez, representaria a força opositora dentro do sonho, aquela que tenta manter Naruto adormecido na narrativa construída.

O famoso e caótico cenário de Konoha em ruínas visto nos primeiros momentos de Boruto não seria uma visão do futuro, mas sim o próprio Genjutsu entrando em colapso. Quando Boruto clama por Sasuke naquele cenário, a mensagem seria direta: "Naruto, seu sonho está terminando. Acorde." A ausência repentina de Boruto após o despertar seria análoga ao desaparecimento de qualquer elemento onírico ao retornar à realidade.

O mundo real fora da ilusão

Se essa teoria for considerada válida, o ponto de partida seria o encontro com Itachi. O mundo real, portanto, seria um período anterior aos eventos de Shippuden: Naruto permaneceria adolescente, Jiraiya estaria vivo, a Quarta Guerra Ninja jamais ocorreria e figuras importantes como Neji Hyuga não teriam morrido. Itachi estaria vivo, observando o "término do treinamento" psicológico de Naruto. A jornada inteira do jovem ninja, desde a primeira fase, seria, na verdade, um elaborado, mas necessário, arco de treinamento psicológico.