Análise aponta que almirante sengoku personifica a inação moral que alguns atribuem a garp no universo de one piece
Uma reavaliação da trajetória de Sengoku sugere que ele manteve o status quo opressor do Governo Mundial, contrastando com a redenção tardia de Garp.
Uma reinterpretação dos eventos recentes no mangá One Piece tem direcionado o foco da crítica moral para o ex-Almirante da Frota, Sengoku, posicionando-o como a figura que, de fato, sustentou o regime opressor do Governo Mundial, em vez do herói renegado Monkey D. Garp, como muitos frequentemente caracterizam.
Ao revisitar momentos cruciais como o arco de Marineford, observações indicam que Sengoku demonstrou uma adesão inabalável às diretrizes da organização, mesmo quando estas envolviam atos moralmente questionáveis. Ele esteve ativamente envolvido na caçada a Portgas D. Ace e liderou as forças navais na execução de ordens repressivas sem hesitação pública.
A Escolha da Ascensão versus a Redenção
O cerne desta análise reside no caminho divergente trilhado pelos dois vice-almirantes mais célebres. Para Garp, muitos argumentam que sua cumplicidade anterior podia ser justificada por uma espécie de ingenuidade próxima à de seu neto, Monkey D. Luffy, antes de eventos catalisadores, como o incidente em God Valley. Após aquele ponto de inflexão, vislumbra-se uma tentativa de Garp de corrigir seus erros mediante a criação da unidade secreta SWORD, buscando reformar o sistema de dentro para fora.
Em contrapartida, a trajetória de Sengoku é vista como uma escolha deliberada de ascender nas fileiras do poder estabelecido. Ele optou por abraçar a hierarquia, beneficiando-se dela e perpetuando o ciclo de opressão do Governo Mundial. Essa persistência no status quo levanta questões sobre até que ponto a lealdade institucional pode se sobrepor à consciência individual.
O Peso da Liderança na Estrutura de Poder
Enquanto Garp se estabeleceu como o “Herói da Marinha”, sua imagem pública sempre foi temperada por sua relutância em cumprir integralmente as ordens mais ditatoriais, frequentemente sendo retratado numa posição de conflito interno. Sengoku, por outro lado, projetou a imagem do líder pragmático e eficiente, cujo pragmatismo se traduziu, na prática, em aceitação total das políticas mais sombrias da estrutura centralizada de Governo Mundial.
Este contraste sugere que a verdadeira resistência, ou a falha moral em momentos críticos, pode ser rastreada mais eficazmente naqueles líderes que mantiveram suas posições de poder sem demonstrar fissuras significativas em sua fé na autoridade central. A narrativa sugere que a cumplicidade silenciosa em cargos de alta patente pode ser mais prejudicial do que a rebeldia explícita de um indivíduo marginalizado. A reflexão foca, portanto, na responsabilidade dos pilares do sistema.