Análise aprofundada: Saitama de one-punch man atingiu a monstruosidade de forma diferente de garou?
A jornada de Saitama para se tornar o mais forte levanta questões sobre a natureza de sua 'limitação quebrada' e a apatia que o acompanha.
A premissa central de One-Punch Man reside na força avassaladora de Saitama, um herói capaz de derrotar qualquer inimigo com um único soco. Contudo, a forma como ele alcançou esse poder, e as consequências psicológicas disso, têm gerado debates intensos sobre se ele, de fato, experimentou um tipo de 'monstruosização' semelhante ao seu rival, Garou.
A teoria aponta para um fator comum entre os dois: a remoção do limitador humano. Garou alcança esse feito através de constantes lutas à beira da morte, sendo empurrado ao seu limite físico e mental repetidamente. Ele se transforma em uma criatura que transcende as definições de humano ou monstro, um predador evoluído.
O caminho de Saitama para o poder
Saitama, por outro lado, quebrou seu limitador através de um regime de treinamento diário e extremo, mantido por cerca de três anos. O tempo de duração foi significativamente menor que o percurso da evolução de Garou, mas o resultado final - o domínio absoluto sobre a força - parece convergir. O ponto crucial da análise reside na analogia entre a transformação física e mental de Garou e os efeitos observados em Saitama.
Enquanto Garou se tornou explicitamente um monster, manifestando traços físicos e comportamentais monstruosos, a 'monstruosidade' de Saitama seria de natureza diferente, mais sutil e interna. A perda de seu cabelo, um sintoma físico evidente, é paralelizada com uma perda emocional crescente. A apatia e o tédio que dominam Saitama são interpretados como o preço pago por atingir o ápice da potência de forma tão absoluta.
A apatia como o preço da invencibilidade
Este estado emocional sugere que, ao forçar a superação de seu limite, Saitama inadvertidamente abdicou de algo essencialmente humano, talvez suas emoções mais profundas ou a capacidade de sentir a emoção da luta. Isso levanta a questão se sua anulação de força é, em essência, uma forma de maldição ou um pacto inconsciente. O conceito sugere que, para ter a força ilimitada, ele teve que aceitar uma forma de sacrifício existencial, comparável, em termos de custo, ao sacrifício feito por aqueles que se transformam em monstros.
A figura de Saitama, portanto, pode ser vista não apenas como o herói mais forte, mas possivelmente como o indivíduo que mais paradoxalmente se assemelha a um monstro puramente em seu estado de ser. Ele é a personificação do poder absoluto desprovido de paixão, um tema recorrente em narrativas de super-heróis, como explorado em obras ligadas ao conceito de super-heróis e seus fardos morais.