A questão da armadura no universo de kimetsu no yaiba: Por que os caçadores abrem mão da proteção?

O visual icônico dos Caçadores de Demônios em Kimetsu no Yaiba é inegavelmente marcante, com seus uniformes específicos e os distintos haoris. No entanto, a quase total ausência de proteção corporal rígida em combate contra criaturas sobrenaturalmente fortes, como os demônios, gera um ponto de reflexão fundamental sobre a logística e o design tático da organização.

Enquanto os uniformes garantem mobilidade e identificação, eles deixam os membros da Tropa extremamente vulneráveis a golpes diretos e ataques cortantes que, dada a capacidade regenerativa e força dos oponentes, seriam fatais ou incapacitantes rapidamente. A questão central levantada é: por que não utilizar algum tipo de blindagem?

A eficácia do material Nichirin como escudo

Uma linha de argumentação sugere que a resposta pode residir na própria composição do aço Nichirin. Este metal raro, essencial para a fabricação das espadas capazes de ferir permanentemente os demônios, possui propriedades únicas. Se o material é letal ao toque e capaz de obliterar a carne demoníaca, seria lógico pensar em usá-lo como uma barreira defensiva.

A proposta seria desenvolver armaduras ou, talvez mais viável, cota de malha feita a partir do minério Nichirin. Isso criaria uma camada de defesa ativa que poderia resistir aos ataques mais agressivos dos Nove, ou mesmo dos Luas Superiores. A resistência natural dos demônios contra armas convencionais reforça a necessidade de um material que negue essa vantagem.

O dilema do peso e da agilidade

Embora a ideia de uma armadura de Nichirin pareça ideal do ponto de vista de sobrevivência, existe um argumento prático que geralmente sustenta a vestimenta leve: a agilidade. Os Caçadores de Demônios dependem intrinsecamente de técnicas de respiração e movimentos acrobáticos rápidos, muitas vezes executados em alta velocidade para superar a velocidade dos demônios.

Uma armadura completa, mesmo que leve para os padrões de um cavaleiro medieval, imporia um ônus significativo à resistência e à capacidade de esquiva dos espadachins. A fadiga, um fator crucial em batalhas prolongadas, seria acelerada. Portanto, a escolha de portar apenas o uniforme e o haori pode ser um trade-off deliberado: sacrificar a proteção passiva pela máxima velocidade e resistência cardiovascular.

A alternativa investigada seria a utilização de malhas metálicas leves sob os uniformes, algo que ofereceria proteção básica contra cortes superficiais sem restringir drasticamente o movimento. Para enfrentar demônios de poder excepcional, como foi visto nos confrontos mais intensos, a Tropa poderia exigir a utilização de equipamentos mais pesados e complexos, focados em resistir a ataques específicos, como os de Doma ou Akaza.

Em última análise, a ausência de armaduras reflete uma filosofia de combate: a melhor defesa contra um inimigo que exige lâminas para ser derrotado é ser mais rápido, mais forte e mais preciso com sua arma, transformando o ataque ofensivo na forma mais eficaz de proteção.