Propostas sugerem retorno de one punch man às raízes de paródia com foco em desenvolvimento de personagens
Um levantamento de ideias aponta caminhos para refinar One Punch Man, priorizando a sátira e a profundidade temática em detrimento do power scaling excessivo.
Recentemente, surgiram análises detalhadas sobre o caminho narrativo de One Punch Man, indicando um desejo de retornar ao tom original da obra, visto como um contraponto afiado às convenções dos mangás shonen. A fase inicial da história, que culmina no confronto entre Saitama e Boros, é frequentemente citada como o ápice da proposta cômica e satírica do título.
A fase inicial como referência máxima
Para muitos espectadores e leitores, a introdução de Saitama como um herói que já atingiu o poder máximo funciona primordialmente como uma sátira. O cansaço inerente do protagonista diante de monólogos de vilões e a estrutura de ranking da Associação de Heróis servem a um propósito paródico claro. Momentos como a importância de heróis como Mumen Rider, que exemplificam o heroísmo sem superpoderes, são cruciais para estabelecer essa base temática.
Nesta visão idealizada, o arco de Saitama evolui no aspecto emocional; ele compreende a futilidade das classes e ranqueamentos. A derrota de Boros, o alienígena que buscava um oponente digno, reforçaria a depressão existencial de Saitama, esmagando a esperança de encontrar um desafio significativo logo no início da jornada.
A reestruturação do arco do Caçador de Heróis
A sugestão mais significativa envolve a elevação do Arco do Caçador de Heróis como o próximo grande foco narrativo, propondo uma dinâmica incomum onde Garou assume o protagonismo em uma proporção de 60/40 contra Saitama. Ao dar a Garou o centro das atenções, a obra exploraria o ponto de vista de um vilão em busca de se tornar o 'monstro absoluto', um giro interessante que subverte a estrutura tradicional do shonen.
Neste cenário, batalhas extensas e a escalada de poder excessiva, características criticadas em fases posteriores, seriam minimizadas. A interação entre Saitama e King ganha um peso filosófico maior, com King aconselhando que o heroísmo reside na capacidade de salvar, e não apenas na força bruta. Paralelamente, personagens coadjuvantes como Genos, Bang e a própria Fubuki receberiam maior desenvolvimento interno, explorando suas motivações e dilemas.
Mudanças drásticas na Associação de Monstros
O Arco da Associação de Monstros, visto como potencialmente clichê ao se transformar em um simples embate heróis versus vilões, sugere um corte drástico. A ideia central é que Garou, em sua busca pelo mal supremo, derrotaria o Rei Monstro Orochi e até mesmo Gyoro-Gyoro, integrando esses feitos como marcos de sua transformação, em vez de serem resolvidos por outros heróis ou pelo protagonista principal.
Saitama entraria em cena em um momento de crise, motivado pela visão de heróis em dificuldades, reforçando a lição aprendida sobre o significado de ser um salvador. Lutas específicas, como a de Child Emperor contra Phoenix Man, seriam mantidas pelo seu valor visual e temático, mas o foco seguiria na jornada de Garou e sua ambivalência entre ser um monstro e cuidar de inocentes, como a relação com o garoto Tareo.
O mistério da força de Saitama e o desenvolvimento temático
Um ponto chave é a decisão de não explicar a origem da força de Saitama, mantendo-o como um enigma. Em vez de focar no 'por que ele é forte', a narrativa migraria para 'o que significa ser forte para os outros e para si mesmo'. O desenvolvimento de Saitama seria marcado pela percepção de que sua força deve ser usada para ajudar os outros e buscar seu bem-estar mental, não apenas como um hobby sem propósito.
O clímax idealizado seria a versão do webcomic do confronto entre Saitama e Garou, onde a derrota física de Garou é acompanhada por uma vitória psicológica em seu arco de personagem. O entendimento de Saitama sobre a frustração de Garou, que escolheu o caminho 'fácil' do monstro, poderia catalisar a vontade de Saitama de reavaliar sua própria dedicação ao heroísmo.
A visão final proposta é encerrar a série de forma concisa, como uma sátira que cumpre seu propósito rapidamente, talvez mostrando o eventual colapso da Associação de Heróis devido à corrupção, o arco final de Genos e Garou se tornando um herói, e Saitama, após atingir a plenitude emocional, assumindo um papel de mentor, terminando a história com a sensação de que, embora os desafios persistam, a esperança de um mundo melhor continua viva.