Questionamentos sobre o plano de emergência envolvendo nezuko em demon slayer: Uma análise de falhas de lógica
Uma aparente contradição na estratégia de contingência para Nezuko Kamado levanta dúvidas sobre a coesão narrativa em Demon Slayer.
A narrativa envolvente de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba, embora amplamente elogiada por sua ação e profundidade emocional, ocasionalmente apresenta pontos que desafiam a lógica interna estabelecida pela obra. Um desses aspectos que gerou debate refere-se ao plano de contingência elaborado por figuras chave caso Muzan Kibutsuji se aproximasse de Nezuko Kamado, a irmã demônio de Tanjiro.
A estratégia de último recurso envolvia ações drásticas por parte de líderes como Kyojuro Rengoku (embora ele não estivesse diretamente envolvido no planejamento final, seu papel é fundamental na proteção) e, hipoteticamente, figuras como o ex-Pilar da Chama, Shinjuro Rengoku, e o antigo mestre do treino, Sakonji Urokodaki. A premissa levantava uma questão crucial para a sustentabilidade do plano: a eliminação de Nezuko.
A falha fundamental do plano de sacrifício
O cerne da inconsistência reside na suposta necessidade de matar Nezuko se Muzan chegasse perto demais. A razão pela qual Nezuko se tornou crucial para a sobrevivência da humanidade e a derrota do Rei Demônio é justamente sua imunidade aos raios solares. Ela era, efetivamente, a chave biológica para superar a maior fraqueza dos demônios.
A ideia de que os líderes dos Caçadores de Demônios, incluindo veteranos respeitados e estrategistas experientes, considerariam o assassinato da própria arma potencial contra Muzan, logo após terem dedicado esforços massivos para sua proteção, soa paradoxal. Se o objetivo final era entender e replicar a imunidade solar, matar Nezuko significaria incinerar a única esperança tangível que possuíam para reverter a demônia para humana ou para usar sua biologia a favor da causa.
Pode-se argumentar que o plano visava evitar que Muzan conseguisse absorver Nezuko e, consequentemente, adquirir a capacidade de andar sob o sol, mudando drasticamente o equilíbrio de poder. No entanto, o plano parece desconsiderar que a morte de Nezuko sob essas circunstâncias eliminaria a pesquisa e a possibilidade de solução permanente.
O papel de Urokodaki e a proteção
Sakonji Urokodaki, tutor de Tanjiro e Giyu Tomioka, demonstrou um profundo apreço pela jovem Kamado, abrigando-a e defendendo sua humanidade. A inclusão de seu nome, ao lado de outros pilares, em um plano que envolveria seu sacrifício parece dissonante com seu caráter protetor. Isso sugere uma visão puramente militarizada da situação, onde a emoção e a esperança estratégica eram secundárias à contenção imediata do inimigo.
Essa justaposição entre a lógica da sobrevivência imediata (impedir Muzan de evoluir ainda mais) e a lógica da vitória a longo prazo (utilizar a biologia solar de Nezuko) cria uma zona cinzenta na estratégia da organização. A discussão sobre este ponto ressalta como, mesmo nos momentos de maior perigo e planejamento extremo, os personagens enfrentam dilemas morais e táticos que podem, sob escrutínio atento, revelar brechas na construção de seu arco de segurança.
A complexidade das decisões tomadas pelos líderes durante a era Taisho, confrontados com uma ameaça sem precedentes, é fascinante, mas a necessidade de eliminar a prova viva da imunidade solar permanece um ponto de reflexão para a profundidade do planejamento de guerra contra os demônios em Kimetsu no Yaiba.