Análise aponta paralelos entre os arcos de berserk e as idades da mitologia grega

Uma análise aprofundada sobre a estrutura narrativa de Berserk sugere uma correspondência notável entre os principais arcos da obra de Kentaro Miura e a sucessão das idades mitológicas da Grécia Antiga, desde a Era de Ouro até a Era de Ferro.

O ponto de partida para essa teoria reside no Arco da Era de Ouro, que ecoa diretamente a mitologia grega, um período caracterizado pela paz e harmonia prevalecentes. Na narrativa de Berserk, este arco é marcado pelo auge da Tropa do Falcão, onde Guts vivencia um raro momento de estabilidade, companheirismo e um relacionamento funcional com Griffith, antes da tragédia do Eclipse.

Da Harmonia ao Conflito: As Eras Seguintes

Após o cataclisma do Eclipse, a história mergulha no que poderia ser comparado com a Era de Prata grega. Nesta fase mítica, os mortais têm vidas adultas curtas e vivem em conflito, culminando na ira dos deuses. No mangá, Guts emerge do horror transformado, deixando a ingenuidade para trás e iniciando sua vingança pessoal contra as forças demoníacas, notavelmente Contra Femto, que assume um papel quase onipotente, análogo a Zeus, através de sacrifícios em massa.

A transição para a Era de Bronze é vista no Arco do Milênio do Falcão. A mitologia descreve este período como dominado pela paixão pela guerra (Ares) e pela violência. Coincidentemente, Guts adquire a Armadura Berserker, um artefato de destruição absoluta que o eleva em poder bélico. Enquanto isso, Griffith se consolida como uma figura de autoridade lendária e salvadora em Midland, essencialmente assumindo o papel de um deus da guerra em ascensão.

A Busca pela Terra Prometida

Atualmente, com a história centrada no Arco da Fantasia, a conexão se estabelece com a Era Heroica grega. A lenda fala de homens levados para além dos mares, governados por Cronos, em terras de abundância, longe da intervenção direta dos deuses imortais. Esta fase em Berserk acompanha a jornada de Guts e seus aliados em busca de um refúgio, um lugar longínquo que possa oferecer cura para Casca, prometendo um descanso dos conflitos constantes e da perseguição de Femto.

O aspecto mais sombrio da previsão reside na menção à Era de Ferro, a última etapa da cronologia grega, caracterizada pelo trabalho árduo e pela miséria humana. Se a estrutura mitológica se mantiver, o futuro de Berserk aponta para um estágio de sofrimento extremo para seus protagonistas, sinalizando que a paz prometida pode ser efêmera ou alcançada a um custo inimaginável. A teoria sugere que, se o plano original de Miura for seguido, a recepção do público será a de um mergulho no ponto mais baixo da jornada do Espadachim Negro.