A origem dos nomes dos demônios em kimetsu no yaiba: Autoria e transformação
A transformação de humanos em demônios na obra Kimetsu no Yaiba levanta a dúvida sobre quem concede os novos nomes, como Akaza e Kokushibo.
No universo sombrio de Kimetsu no Yaiba, a transformação de um humano em demônio de alto escalão é acompanhada por uma mudança drástica de identidade. Essa metamorfose frequentemente resulta na aquisição de um novo nome, distinto de seu passado mortal. A questão central que permeia a narrativa é: qual entidade é responsável por essa nova nomenclatura?
Exemplos notáveis ilustram essa mudança de identidade. Hakuji Soyama, por exemplo, passa a ser conhecido como Akaza, enquanto Michikatsu Tsugikuni adquire a designação de Kokushibo. Essas designações tornaram-se icônicas dentro do folclore da série, mas a autoria por trás delas permanece um ponto de fascínio para os estudiosos da mitologia criada por Koyoharu Gotouge.
A influência de Muzan Kibutsuji
A lógica mais imediatamente aparente sugere que Muzan Kibutsuji, o progenitor de todos os demônios, detém a autoridade final sobre essas renomeações. Como fonte primária de poder demoníaco e criador dessas criaturas, faria sentido que ele impusesse o novo título como um ato de posse e redefinição de sua nova identidade servil.
Para Muzan, os demônios são ferramentas, extensões de sua própria ambição de atingir perfeição e imortalidade. Um novo nome serviria para apagar resquícios de suas vidas humanas, solidificando seu novo propósito sob o comando do Rei dos Demônios. Essa imposição de nome estaria alinhada com a natureza hierárquica e ditatorial que ele estabelece sobre suas Luas Superiores e inferiores.
A autonomia dos demônios
No entanto, a narrativa também abre espaço para a possibilidade de autonomia dos próprios demônios após sua transformação. Em algumas culturas fictícias, indivíduos que passam por transformações radicais adotam novos nomes por vontade própria, simbolizando um renascimento ou a aceitação completa de seu novo estado de ser.
Seria plausível que demônios com grande longevidade e poder, como as Luas Superiores, escolhessem o próprio nome que melhor representasse sua força demoníaca recém-adquirida, talvez até buscando nomes que se alinhassem de forma mais eficaz com seu Nikodari, suas técnicas de sangue demoníaco. A escolha do nome Kokushibo (pau-rosa sombrio) por Michikatsu, por exemplo, pode ser vista como uma autoafirmação de sua maestria com a espada e sua natureza endurecida.
Implicações narrativas da nomenclatura
Independentemente de quem seja o agente nomeador, a nomenclatura no mundo de Kimetsu no Yaiba é profundamente significativa. Os nomes atribuídos ou escolhidos emanam uma aura de perigo e poder, distinguindo-os dos simples onis que vagam pelas noites. A mudança de Hakuji para Akaza, que significa Akasaza (terceira lua vermelha, em algumas interpretações), reforça seu posto de Terceira Lua Superior.
A análise das razões por trás dessas novas identidades adiciona camadas de profundidade aos personagens. Confirmar se é um ato de controle de Muzan ou um ato de auto-definição dos próprios demônios esclarece aspectos cruciais sobre a psique das criaturas mais poderosas da série, marcando o fim definitivo de suas vidas passadas como caçadores ou humanos comuns. A ausência de uma confirmação explícita mantém viva a especulação sobre a dinâmica de poder entre o criador e suas criações mais fortes.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.