Nova fase de one-punch man enfrenta críticas por apagamento de saitama e perda de impacto visual

A terceira temporada de One-Punch Man gera frustração com animação estática e relegamento do protagonista a meros coadjuvantes.

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Analista de Mangá Shounen

02/12/2025 às 09:30

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A recente leva de episódios da terceira temporada de One-Punch Man reacendeu um intenso debate entre os admiradores da série, que apontam uma drástica queda na qualidade da produção e na direção narrativa. A percepção geral sugere que a nova fase se distanciou drasticamente da energia visceral e do humor característicos que definiram os sucessos anteriores.

A estagnação visual em contraste com o passado

Um dos pontos mais dolorosos para os espectadores é a notável ausência do sakuga, ou das sequências de ação de altíssimo nível de animação que marcaram a aclamada primeira temporada. A produção tem sido descrita como excessivamente estática, oferecendo o que parece ser uma série de imagens paradas, pontuadas por diálogos que falham em capturar a acidez e o timing cômico esperados.

Embora existam momentos isolados de competência técnica, como na coreografia de lutas específicas, estes lampejos são ofuscados pela mediocridade predominante. Tais flashes, em vez de agradar, servem para sublinhar o quão abaixo do padrão geral a produção se encontra atualmente. O que antes era um espetáculo de fluidez, agora se assemelha a uma apresentação de slides, desprovida da vibração que tornava cada quadro especial.

O dilema do protagonista ofuscado

A mudança mais controversa, contudo, recai sobre o tratamento dado ao herói principal, Saitama. Enquanto a expansão do elenco e o foco em outros heróis é compreensível para o desenvolvimento do universo da Associação de Heróis, a relegacão do protagonista central a participações pontuais tem sido interpretada como um risco narrativo desnecessário.

O arco de ação focado em personagens secundários, como a luta envolvendo o Flashy Flash, embora tecnicamente aceitável, carece de peso emocional. A crítica aponta que, sem um investimento prévio na história e nas motivações desses coadjuvantes, suas batalhas tornam-se meros exercícios de coreografia sem ressonância dramática.

A perda da alma da obra

Mesmo a segunda temporada, que enfrentou seus próprios desafios de produção, conseguia, em grande medida, preservar o espírito e o humor anárquico do material original. A narrativa atual, por outro lado, parece estar em piloto automático, cumprindo obrigações do enredo principal sem infundir a alegria, a comédia irreverente e a adrenalina que catapultaram One-Punch Man (OPM) ao estrelato.

Há uma crescente preocupação se essa suposta economia está sendo empregada para sustentar um clímax futuro ou se representa um novo patamar de qualidade aceitável para a sequência da obra. A saga, que deveria ser um triunfo da adaptação, corre o risco de ser lembrada pela ausência de seu elemento mais definidor: a força avassaladora de seu herói e a animação explosiva que a acompanhava.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.