A natureza da morte dos apóstolos e o destino final de griffith em berserk
Uma análise especulativa aponta que a forma humana original dos Apóstolos é retida após sua morte, levantando questões sobre o final de Griffith.
A jornada sombria de Griffith em Berserk, marcada por tragédia, ambição e a ascensão como Femto, levanta contínuas questões sobre sua natureza e o preço final de seu poder. Uma linha de raciocínio intrigante, baseada em ocorrências anteriores dentro da narrativa, sugere um desfecho particularmente irônico para o líder da Banda do Falcão.
A teoria central estabelece um padrão recorrente associado à morte dos seres que foram transformados em Apóstolos. Quando um Apóstolo é fatalmente derrotado, seu corpo monstruoso desaparece, deixando para trás o que seria sua verdadeira forma humana original. Este fenômeno foi explicitamente demonstrado com Wyald, o sádico Apóstolo que possuía uma força descomunal. Após sua aniquilação, o que restou foi apenas a casca de seu ser humano original, um corpo frágil e deplorável.
O paralelo com a forma humana
A aplicação deste princípio ao destino final de Griffith aponta para uma conclusão filosófica e visualmente impactante. Se a morte de um Apóstolo revela o que ele sacrificou para obter o poder demoníaco, então o corpo que sobraria de Griffith seria o vestígio do homem que ele era antes do Eclipse: o jovem, outrora belo e carismático, mas agora descrito como um homem *torturado e frágil*.
Essa perspectiva contrasta drasticamente com a imagem imponente e quase divina que Griffith projeta atualmente como Femto, o quinto Membro da Mão de Deus. A ideia de que toda a sua grandiosidade e poder alienígena se dissolveriam, revelando o homem atormentado que ele se tornou após a tortura infligida pelo Rei Gutritch, adiciona uma camada de vingança poética ao seu arco narrativo. O custo da transcendência seria a perda permanente da forma que ele tanto cultivou e, ironicamente, a exposição da fraqueza que ele tanto tentou superar.
A natureza do sacrifício
A obra de Kentaro Miura, agora continuada por Kouji Mori e Studio Gaga, sempre explorou as consequências emocionais e físicas de escolhas extremas. A transformação de Griffith no Eclipse não foi apenas uma mudança de corpo, mas uma completa reescrita de sua alma em troca da realização de seu sonho: possuir um reino. A retenção da forma humana morta serve como um lembrete físico de que, mesmo após se tornar uma entidade divina no novo mundo, uma parte fundamental de sua humanidade e seu sofrimento inicial persistiram, apenas ocultos sob camadas de poder demoníaco.
Se essa teoria se confirmar no desfecho da saga, representará um dos momentos mais cruéis para a memória de Griffith, forçando o universo a testemunhar não um fim glorioso, mas a manifestação física da dor que impulsionou sua ascensão. É um comentário poderoso sobre o preço da ambição desmedida em contraponto à fragilidade inerente ao desejo humano, um tema central no mangá Berserk.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.