A complexa motivação por trás do sequestro de casca por griffith no universo de berserk
Análise das ações enigmáticas de Griffith, especialmente seu papel como o garoto do luar e o aparente apego a Casca.
As ações de Griffith, uma das figuras mais ambíguas e centrais da obra Berserk, frequentemente geram intensos debates sobre suas verdadeiras motivações, especialmente após seu renascimento como Femto e a subsequente reentrada no mundo. Um ponto de particular fascínio recai sobre o sequestro de Casca e sua aparente ligação com a entidade conhecida como o garoto do luar.
A trajetória de Griffith é marcada por um desejo insaciável por seu próprio reino, um objetivo que o levou a sacrifícios inimagináveis, culminando no Eclipse. No entanto, seu comportamento posterior, notavelmente o envolvimento com Casca, sugere camadas emocionais ou estratégicas mais profundas do que a mera ambição.
A Enigmática Presença do Garoto do Luar
A manifestação de Griffith como o garoto do luar, uma forma aparentemente inocente e ligada à lua cheia - um símbolo recorrente de ciclos e sacrifícios na mitologia da história - é crucial para entender seu interesse em Casca. Essa figura, que exibe traços de Guts e Casca, sugere uma conexão direta com o passado, ou talvez, com a necessidade de manter intactos os elementos que formaram a Banda do Falcão.
A complexidade aumenta quando se considera o visível momento de angústia que antecede a tragédia central: o registro de uma lágrima derramada por Griffith antes dos eventos cruciais. Essa breve demonstração de humanidade ou remorso levanta a questão se suas ações subsequentes são puramente calculadas ou um reflexo de conflitos internos, mesmo após sua transformação em um ser quase divino.
O Sequestro como Foco de Poder ou Proteção
O ato de levar Casca consigo, após ela ter sido restaurada parcialmente à sanidade por Guts (cujo arco é frequentemente analisado em contraste direto com o de Griffith, como pode ser visto em discussões sobre o protagonista), não pode ser lido apenas como um ato de vingança ou posse. Se Griffith é, em essência, a personificação do desejo humano elevado ao extremo, sua ligação com Casca pode ser interpretada de diversas formas.
Uma linha de análise sugere que Casca, livre de sua memória traumática, representa um elo com a humanidade perdida de Griffith, ou talvez, a única testemunha genuína de sua antiga glória. Mantê-la sob sua influência, mesmo que de forma passiva, pode ser uma tentativa subconsciente de reter um fragmento do que ele destruiu em prol de seu sonho.
Outra perspectiva aponta para a utilidade estratégica. Em um mundo regido por entidades sobrenaturais e o Causality (Causalidade), Casca, como figura central na tragédia do Eclipse e mãe potencial do garoto do luar, pode ser um peão valioso em um tabuleiro cósmico maior. O sequestro seria um movimento para isolá-la de influências externas, como Guts, que ameaçariam seu plano de estabelecer um Novo Mundo sob sua égide.
Independentemente da interpretação final, o sequestro de Casca solidifica a posição de Griffith não apenas como um antagonista, mas como um catalisador constante de dor e mistério, forçando os personagens e os leitores a revisitar continuamente a natureza de seu sacrifício e sua redenção distorcida.