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A busca por militares eficazes em animes e mangás contra ameaças sobrenaturais

Analisamos a constante frustração com a ineficácia militar em narrativas de fantasia e o desejo por representações mais competentes contra o impossível.

Analista de Anime Japonês
03/12/2025 às 13:20
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Um ponto recorrente de frustração para muitos espectadores e leitores de fantasia e ficção científica no universo dos animes e mangás reside na representação das forças armadas. Especialmente quando confrontadas com ameaças de natureza sobrenatural, sejam elas demônios aterrorizantes, vilões com poderes extremos ou entidades fantasmagóricas, o estamento militar frequentemente é retratado como ineficaz ou, na melhor das hipóteses, como um obstáculo burocrático.

O dilema da força instituída versus o caos inexplicável

A narrativa clássica muitas vezes estabelece um padrão onde a tecnologia e a organização militar, pilares da defesa humana contra inimigos mundanos, se tornam obsoletas diante do poder que desafia as leis da física e da biologia. Observa-se um cansaço com a ideia de que tanques, jatos de combate e soldados treinados são meros figurantes quando o enredo exige que heróis ou grupos especializados assumam o protagonismo exclusivo.

Essa expectativa por representações mais robustas das Forças Armadas surge do desejo por um equilíbrio maior nas narrativas de conflito. Quando uma ameaça exige uma resposta em escala civilizacional, seria natural esperar que as estruturas de defesa estabelecidas tivessem algum grau de preparo ou, pelo menos, uma capacidade de adaptação minimamente funcional contra o oculto ou o monstruoso.

Exceções que confirmam a regra

Embora a tendência de relegar as forças militares ao papel de espectadores seja prevalente, algumas obras conseguiram subverter essa expectativa, oferecendo vislumbres de instituições que realmente lutam com recursos e estrutura contra o sobrenatural. Títulos como Attack on Titan (Shingeki no Kyojin), por exemplo, embora focados na resistência da humanidade, mostram corpos militares como a Tropa de Exploração tentando ativamente combater os Titãs com táticas e equipamentos específicos, representando a vanguarda de uma defesa desesperada.

Outro exemplo citado é Kaiju No. 8. Neste universo ficcional, a existência de monstros gigantes é uma realidade estabelecida, e a Força de Defesa Japonesa é o principal órgão encarregado de aniquilar os Kaijus. A série explora a estrutura, o treinamento rigoroso e a hierarquia necessárias para gerenciar a ameaça em nível nacional, demonstrando um sistema que, mesmo com perdas, permanece operacional e adaptado ao seu inimigo primário.

Esses exemplos revelam um fascínio subjacente por histórias onde a ordem institucional consegue confrontar o caos. A inclusão de um exército que, mesmo sendo superado em poder bruto, demonstra organização, ciência aplicada e coordenação tática, adiciona uma camada de realismo e peso ao combate, oferecendo uma alternativa interessante ao tropo do herói solitário que surge para resolver tudo.

A demanda por narrativas que explorem a complexidade de como as estruturas militares modernas se adaptariam a demônios ou fantasmas ainda é um campo fértil, sugerindo que o público anseia por ver a defesa organizada da sociedade representada de forma competente contra os horrores que desafiam a compreensão convencional.

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Tags:

#Anime #Mangá #Ação #Sobrenatural #Militarismo

Analista de Anime Japonês

Especialista em produção e elenco de animes e filmes japoneses originais. Possui vasta experiência em cobrir anúncios de elenco, equipe técnica e trilhas sonoras de produções de nicho, focando na precisão dos detalhes da indústria.

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