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Maior evento de quadrinhos da China bane completamente animes e mangás, gerando ondas de especulação

A convenção de quadrinhos mais proeminente da China implementou uma proibição rigorosa de produtos de anime e mangá, levantando questões sobre o futuro do mercado otaku no país.

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A China Comic Convention, o maior e mais influente evento de cultura pop e quadrinhos realizado no território chinês, implementou recentemente uma medida drástica: a proibição total de qualquer conteúdo relacionado a anime e mangá em suas dependências.

Esta decisão, que atinge diretamente os pilares da cultura pop japonesa consumida fervorosamente na Ásia, indica um possível endurecimento das diretrizes culturais impostas pelo governo chinês sobre mídias estrangeiras. Embora os motivos exatos para a exclusão concentrada de animes e mangás ainda não tenham sido formalmente detalhados pela organização do evento, a ação sugere uma interpretação cada vez mais restritiva sobre o que é considerado apropriado para exibição pública massiva.

O impacto da exclusão no mercado

Por anos, as convenções de quadrinhos na China serviram como um ponto central de encontro para criadores independentes, editores e, principalmente, fãs de animação e quadrinhos japoneses. A presença de artistas de doujinshi (publicações independentes) e estandes dedicados a franquias famosas era esperada.

A remoção dessas categorias do escopo do evento força editoras e comerciantes a reavaliarem suas estratégias de marketing e vendas. Muitos artistas que dependem desses eventos para promover seu trabalho fanart ou lançamentos originais inspirados em estilos japoneses enfrentarão um obstáculo significativo para alcançar seu público principal. A indústria criativa chinesa, que muitas vezes se inspira ou se baseia na estética de mangás e animes para desenvolver conteúdo próprio, também pode sentir um efeito cascata.

Contexto regulatório crescente

A China mantém um sistema rigoroso de censura e controle ideológico sobre o conteúdo midiático. Embora o consumo de produtos culturais japoneses seja geralmente tolerado a nível de consumidor, grandes eventos públicos são frequentemente supervisionados de perto para garantir que o material exibido esteja em conformidade com os valores socialistas e a moralidade estabelecida.

Esta nova diretriz pode ser interpretada como uma tentativa de promover o conteúdo de quadrinhos domésticos, conhecidos como manhua. Ao abrir espaço em sua maior vitrine para produções locais, as autoridades podem estar incentivando o desenvolvimento de narrativas estritamente nacionais, distanciando o evento da influência cultural japonesa, que historicamente é vista com cautela sob certas óticas políticas. A China Comic Convention, ao se reconfigurar, busca solidificar-se como uma plataforma exclusivamente focada na produção cultural autóctone, como demonstram as diretrizes de outras grandes feiras de entretenimento no país.

A expectativa agora recai sobre como os criadores e consumidores afetados reagirão a esta mudança de política, e se esta proibição se estenderá a outros eventos similares ou a plataformas de distribuição digital de conteúdo japonês no país. O futuro da presença de Dragon Ball, One Piece e outras séries icônicas em grandes eventos chineses parece, por ora, incerto.

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Tags:

#Anime #Mangá #China #Proibição #Convenção de Quadrinhos

Analista de Webtoons e Direitos Autorais

Especialista em análise de propriedade intelectual (IP) de webtoons coreanos, com foco em verificação de autenticidade de criadores e plataformas digitais como KakaoPage. Foca em relatar discrepâncias e desinformação com base em evidências legais ...

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