A jornada de guts em berserk pode culminar no desapego emocional e domínio da armadura do berserker
Uma teoria central sobre o final de Berserk sugere que a verdadeira força de Guts reside na capacidade de atingir um estado de 'mente vazia', superando sua raiva destrutiva.
A saga épica de Berserk, criada pelo mestre Kentaro Miura, caminha lentamente para seu clímax, e as especulações sobre o destino final de Guts, o Espadachim Negro, continuam a evoluir. Uma linha de raciocínio interpretativa aponta que a resolução do conflito central não dependerá puramente da força física, mas sim de uma conquista interna profunda: a capacidade de Guts aprender a se tornar 'vazio'.
Atualmente, a motivação motriz de Guts é inegavelmente sua fúria. A raiva acumulada por séculos de trauma, a perseguição implacável de Griffith e a necessidade de proteger aqueles que ama alimentam sua luta quase incessante. Esta raiva é o combustível que permite que ele empunhe a Espada Matadora de Dragões e, crucialmente, que ele utilize a armadura do Berserker.
O paradoxo da fúria e da verdadeira vitória
O argumento central reside na observação de momentos decisivos na narrativa. A potência da fúria é uma ferramenta, mas tem um custo devastador, permitindo que o espírito bestial da armadura ameace consumir sua própria humanidade. Em contraste, a teoria sugere que o ponto de virada ocorreu - ou deveria ocorrer - em uma situação onde Guts precisou transcender essa emoção avassaladora.
Durante o passado, o momento em que Guts demonstrou potencial para superar Griffith de maneira fundamental ocorreu quando ele estava desprovido de sua fúria reativa. A ideia é que a verdadeira anulação do poder de seu arqui-inimigo, que se baseia em manipular as emoções e o desejo humano, exigirá uma absoluta negação dessas mesmas paixões.
A mente vazia contra o poder de Griffith
Se Guts atingir um estado de mente vazia, ou êmulo desapego, ele deixaria de ser afetado pelas manipulações etéreas de Griffith, que frequentemente se aproveitam das fraquezas psicológicas e dos laços emocionais das vítimas, como visto em arcos narrativos anteriores. Este estado seria a chave para o controle total sobre a armadura.
Com o controle pleno sobre a armadura do Berserker, o artefato lendário que tanto o protege quanto o ameaça, Guts deixaria de ser um recipiente de fúria para se tornar um canal puro de poder, imune à influência psíquica do vilão. Superar a raiva não significaria esquecê-la, mas sim compreendê-la e guardá-la, usando-a como uma arma controlada, e não mais como seu mestre. O desfecho da vingança, portanto, estaria intimamente ligado à jornada espiritual e psicológica do protagonista, mais do que apenas ao confronto físico final.