A eterna disputa no universo naruto: Itachi e shikamaru sob o escrutínio do superdimensionamento

O universo de Naruto, vasto em personagens complexos e poderes impressionantes, frequentemente serve como palco para discussões calorosas sobre quem realmente merece o status de ícone. Recentemente, o foco das análises recaiu sobre dois ninjas de destaque, mas por motivos distintos: Itachi Uchiha e Shikamaru Nara, ambos frequentemente alvo de alegações de serem superestimados (overrated) em termos de narrativa e poder.

A trajetória complexa de Itachi Uchiha

Itachi Uchiha é inegavelmente um personagem que impõe respeito. Sua introdução na série o estabeleceu como um antagonista frio e imensamente poderoso, capaz de gerar vertigem em seus oponentes, como visto em seu confronto inicial com Sasuke Uchiha no início de Naruto Shippuden. A intensidade de suas ações, embora cruéis, era compreendida em parte por sua reputação de gênio.

No entanto, a subsequente revelação de que Itachi agiu como um agente duplo, sacrificando sua reputação para proteger Konoha e seu irmão mais novo, transformou sua imagem de vilão puro para a de um mártir complexo. Essa mudança narrativa, contudo, levanta questionamentos sobre a coerência de suas ações passadas, especialmente o uso do Tsukuyomi contra Sasuke, um ato de tortura executado mesmo sob a alegação de amor fraternal. A percepção de que ele não se encaixa totalmente na categoria de "herói quebrado" surge da dificuldade em conciliar seus métodos extremos com sua motivação final.

Além das questões de desenvolvimento de caráter, a discussão sobre seu poder também é um ponto focal. Há quem classifique Itachi com habilidades que o colocariam acima de figuras lendárias, sugerindo que, em conjunto com outros ninjas como Shisui Uchiha, ele poderia superar potências como Madara Uchiha. Essas comparações, muitas vezes extremas, são citadas como evidências de sua superestimação no quesito poder de combate dentro da ficção.

Shikamaru Nara e a dependência da conveniência narrativa

O outro lado da balança da superestimação é ocupado por Shikamaru Nara, o estrategista de Konoha. Enquanto sua inteligência é inquestionável, alguns analistas argumentam que seu papel na história é inflado artificialmente. Observa-se que a suposta amizade profunda com Naruto Uzumaki, em parte moldada por arcos de preenchimento (fillers), é supervalorizada por parte da base de fãs.

A crítica mais contundente reside em suas lutas. Argumenta-se que quase todas as vitórias significativas de Shikamaru são alcançadas graças a intervenções do roteiro, ou "plot armor", onde circunstâncias improváveis conspiram para garantir seu sucesso. A ausência de um poder destrutivo comparável a outros protagonistas acentua a dependência de sua genialidade tática, que nem sempre se sustenta sob escrutínio rigoroso.

A ascensão de Shikamaru ao cargo de Hokage na era de Boruto amplifica essas dúvidas. Sua eficácia administrativa é posta em xeque por declarações atribuídas a ele em contextos posteriores, como a ideia de que ele poderia derrotar Kaguya Otsutsuki com tempo de preparação. Tais afirmações são vistas como exageros que buscam solidificar um status que, para alguns, não foi totalmente conquistado através de feitos consistentes em batalha, mas sim por sua função narrativa como o "cérebro" da nova geração de líderes de Konoha.

Assim, a análise revela um espectro de críticas que atingem tanto o ícone trágico, Itachi, por inconsistências pós-revelação e exagero de poder, quanto o gênio pragmático, Shikamaru, por uma suposta dependência de conveniências narrativas para manter sua relevância estratégica.