A incoerência na queda dos piratas rocks: Análise sobre a fragilidade da tripulação lendária

A figura dos Piratas Rocks, um dos grupos mais temidos da história do universo de One Piece, sempre foi envolta em mistério e grandiosidade. No entanto, a maneira como essa tripulação lendária, que reunia nomes como Barba Branca, Big Mom e Kaidou sob o comando de Rocks D. Xebec, se desfez levanta dúvidas cruciais sobre a coesão interna e a lógica do roteiro.

A principal questão reside na aparente passividade dos membros mais fortes diante da transformação radical de seu capitão. Após o confronto que culminou na Ilha God Valley, Xebec sofreu alterações drásticas em sua aparência: crescimento súbito, desenvolvimento de asas e mudanças dentárias grotescas. Esperava-se que um grupo formado pelos maiores talentos do mar reagisse a tal metamorfose com desconfiança ou conflito imediato.

A passividade notável de membros-chave

O caso do Barba Branca é particularmente intrigante. Apontado como o braço direito de Xebec e alguém que nutria um certo respeito pelo capitão, ele demonstrou uma aceitação quase imediata da traição. A narrativa sugere que Xebec simplesmente atacou os membros, e eles, sem questionar a causa da transformação sobrenatural, optaram por abandoná-lo. Isso contrasta com a inteligência tática que se espera de futuros Yonkou.

Argumenta-se que a união dos Piratas Rocks deveria ter sido baseada estritamente na força bruta ou na ambição individual, tornando a tripulação inerentemente disfuncional. Se essa premissa é verdadeira, a transição para a separação deveria ter sido mais explosiva e justificada pelos próprios membros, e não apenas motivada pela intervenção externa - a Marinha e os heróis da época.

A fragilidade da ambição coletiva

A falta de um entendimento claro sobre o que realmente aconteceu com Xebec após o incidente em God Valley também enfraquece a base da tripulação. Os demais membros sequer pareciam ter detalhes concretos sobre a situação de seu líder, levando-os a dispersar sem um plano de sucessão ou, pelo menos, uma investigação sobre a causa da queda do capitão. Isso sugere que a estrutura de poder era tão frágil que bastou um único evento cataclísmico para desintegrá-la completamente.

A impressão deixada é que, apesar do poder bruto reunido, a tripulação dos Piratas Rocks não possuía o alicerce ideológico ou a lealdade mútua que sustentaria um grupo tão heterogêneo diante de um inimigo comum. As mudanças repentinas no capitão, que deveriam ser um ponto de virada dramático, foram tratadas com uma resignação que parece desproporcional à escala da lenda que eles representavam no mundo de One Piece.