Uma hipótese alternativa para o behelit de guts em berserk: O caminho da redenção em vez da apostasia
Uma teoria intrigante explora o uso reverso do Behelit, sugerindo um destino oposto à mão de Deus para Guts.
Embora o caminho tradicional do Behelit na obra Berserk aponte inevitavelmente para a transformação em Apóstolo e a submissão à Mão de Deus, surge uma reflexão fascinante sobre o potencial inexplorado deste artefato cósmico. Dada a natureza reativa do objeto ao desespero absoluto do seu portador, surge a questão: o oposto do abismo emocional também poderia ser um gatilho?
A lógica narrativa sugere que Guts, consumido pela vingança e pela luta contra a Besta das Trevas, está fadado a um encontro trágico com o Behelit. Contudo, a especulação se volta para a possibilidade de múltiplos desfechos dependendo do estado da alma do usuário no clímax da provação. Se a ativação ocorre no ponto mais baixo da esperança, o que aconteceria se a ativação ocorresse no ápice da libertação emocional?
A contraparte da Mão de Deus
Um ponto central na análise é a ausência de uma força antagônica direta aos entes que buscam infligir sofrimento. A Mão de Deus é retratada como uma entidade cujo propósito parece ser a disseminação da tragédia e do caos. Isso levanta a hipótese da existência de um outro grupo, talvez uma antítese, dedicado a proteger ou elevar a humanidade. Se este grupo existe, a chave para alcançá-lo exigiria uma condição espiritual oposta à que leva à servidão demoníaca.
A descrição clássica do Behelit em sua ativação é o choro, um ato que denota a quebra emocional e a aceitação da morte e da dor. Um Behelit que sorri, teoricamente, sinalizaria o exato oposto: um estado de pureza, esperança inabalável e desapego total do ódio e da malevolência. Seria um sinal de que o portador alcançou um estado de graça suficiente para salvar vidas, em vez de sacrificar seus entes queridos.
O poder da transcendência
Considerando a escuridão predominante no universo de Berserk, é plausível que um evento tão positivo nunca tenha ocorrido. A recente progressão da narrativa, que parece empurrar Guts para um estado de ritual ou transformação iminente, reforça a possibilidade de ele finalmente se libertar de sua obsessão vingativa e da influência da Besta das Trevas, abraçando a luz. Este seria o caminho mais singular para um aumento de poder.
A questão subsequente reside na natureza dessa recompensa. Não se trata de adquirir um poder simplesmente bélico, mas sim algo que altere fundamentalmente sua capacidade de interagir com forças transcendentais. Seria a capacidade de ferir Griffith, ser transformado em uma entidade divina, ou talvez obter uma arma ou armadura mística que só o estado de pureza concede? O mistério sobre o sacrifício necessário também persiste. Se este caminho exigir uma renúncia, seria a renúncia de si mesmo, de sua raiva, ou algo totalmente diferente?
Independentemente da forma exata, a ideia de um Behelit sorridente oferece um contraponto fascinante à tragédia inerente à série, prometendo um desfecho baseado na superação interna, e não apenas na força bruta contra seus inimigos.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.