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A decisão de guts de deixar a tropa do falcão: Conflito entre ambição pessoal e lealdade na narrativa de berserk

A partida de Guts da Tropa do Falcão continua a ser um ponto crucial e controverso em Berserk, levantando questões sobre responsabilidade e sonhos.

Analista de Mangá Shounen
26/11/2025 às 05:32
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A jornada de Guts em Berserk, obra-prima de Kentaro Miura, é marcada por uma série de decisões difíceis, mas poucas são tão debatidas quanto seu rompimento com a Tropa do Falcão. Este momento fundamental da trama não é apenas um catalisador para eventos trágicos subsequentes, mas também um espelho das complexas morais envolvidas na perseguição de objetivos individuais.

O cerne da questão reside no dilema entre buscar um propósito próprio e manter os laços criados com o grupo que lhe ofereceu refúgio e propósito. Enquanto a aspiração pessoal de Guts de encontrar seu próprio caminho é compreensível - afinal, ele busca entender o que significa viver por si mesmo - a maneira como ele concretiza essa saída levanta questionamentos sobre o custo dessa liberdade para os outros.

A responsabilidade perante o coletivo

Argumenta-se que a decisão de Guts, executada de forma abrupta, falha em considerar o impacto que sua ausência teria sobre a Tropa do Falcão, especialmente em um momento de instabilidade. A Tropa, sob a liderança de Griffith, havia se tornado mais do que um bando de mercenários; para muitos de seus membros, incluindo Guts por um período, era uma família e um sonho compartilhado. Abandonar esse núcleo sem uma preparação adequada ou um aviso que permitisse reajustes é visto como um ato de egoísmo por parte de quem busca a própria realização.

A narrativa sugere que, inicialmente, Guts não compreendia plenamente o valor daquilo que estava deixando para trás. Foi somente após vivenciar o vazio de não pertencer a lugar algum, ou de não ter um objetivo verdadeiramente seu, que ele percebeu a profundidade do laço com seus camaradas. A realização tardia de que a Tropa do Falcão representava seu verdadeiro sonho torna sua partida anterior ainda mais dolorosa para a continuidade da história.

A dualidade Griffith e Guts

A controvérsia frequentemente envolve uma comparação implícita com a trajetória de Griffith. Embora muitos condenem veementemente o sacrifício final de Griffith, que culminou no Eclipse, o desejo inicial de Griffith de realizar seu sonho era, em essência, semelhante ao de Guts: buscar um futuro idealizado. No entanto, a linha divisória crucial está nos métodos. Até o momento do sacrifício, a ambição de Griffith é vista por alguns como algo compreensível, dado o contexto social e o ímpeto de alguém que ascende contra todas as probabilidades.

O ponto de inflexão moral, unanimemente condenado, é o subsequente ato de Griffith contra Casca. Este ato de crueldade e traição transcende a busca por um sonho, entrando no campo do injustificável e do monstruoso. Em contrapartida, a saída de Guts é um erro de julgamento humano, nascido da inexperiência emocional e da necessidade de autoafirmação.

A complexidade da situação é reforçada pela repercussão emocional, que permanece viva entre os apreciadores da saga. Momentos chave como a separação foram revisitados em diversas mídias de fãs, incluindo análises visuais disponíveis em plataformas como o YouTube, que ajudam a ilustrar o peso emocional daquele adeus silencioso. A cena serve como uma meditação sobre o preço da liberdade e a inelutável interconexão entre os destinos individuais dentro de um grupo, mesmo quando um deles decide trilhar um caminho solitário.

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Tags:

#Análise de Personagem #Berserk #Guts #Griffith #Bando do Falcão

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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