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A profunda filosofia niilista de obito uchiha e seu impacto na narrativa de naruto

A jornada de Obito Uchiha é reinterpretada sob a ótica do niilismo extremo, questionando o valor da existência no universo de Naruto.

Analista de Anime Japonês
28/10/2025 às 07:06
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A complexa trajetória de Obito Uchiha, um dos antagonistas centrais da saga Naruto, frequentemente estimula análises profundas sobre sua motivação e ideologia. Ao examinar seu arco narrativo, emerge a forte caracterização de Obito como uma das figuras mais puras em termos de niilismo dentro da obra criada por Masashi Kishimoto.

O niilismo, em sua essência filosófica, é a negação de todos os valores e crenças estabelecidas, incluindo a moralidade, o conhecimento e, crucialmente, o sentido da vida. Para Obito, a perda de Rin Nohara, seguida pela percepção da dura realidade do mundo ninja, serviu como o catalisador para uma ruptura completa com qualquer propósito positivo ou esperança.

A negação da realidade e a criação do Mundo dos Sonhos

A reação inicial de Obito ao sofrimento não foi a busca por vingança tradicional, mas sim a rejeição da própria estrutura da existência. Ele concluiu que, se o mundo real é inerentemente fonte de dor e desilusão - como evidenciado pelas inúmeras mortes e conflitos narrados em Naruto Shippuden -, então a realidade em si carece de valor intrínseco. Essa perspectiva o levou a conceber o Plano Olho da Lua (Tsukuyomi Infinito).

O objetivo não era dominar ou reformar o mundo, mas sim substituí-lo por uma ilusão perfeita. Isso representa o ápice do niilismo prático: se nada que é real importa, o que importa é a experiência fabricada que elimina a dor. Enquanto personagens como Madara ou até mesmo Pain manifestavam ideologias de controle ou mudança através do sofrimento, a proposta de Obito era mais radical: anular o sofrimento através da anulação da realidade.

O niilista como vítima e agente de destruição

A capacidade de Obito de manipular e enganar é diretamente proporcional à sua falta de fé no mundo. Ele utilizou o idealismo de outros, como os Akatsuki, para fins que, em última análise, serviam ao seu desejo de escapar da condição humana. Sua transformação de um jovem idealista em um agente mascarado, Tobi, demonstra a completa destruição dos valores que um dia defendeu, como o trabalho em equipe e a amizade.

Em comparação com outros antagonistas, como Orochimaru, que buscava o conhecimento infinito, ou Madara, que buscava um poder absoluto para impor a paz, Obito simplesmente desejava o fim da necessidade de lutar ou sofrer. Ele não via mérito na luta, nem na redenção para o sistema existente. O mundo, por ser falho, não merecia ser sustentado, um pensamento que ecoa severamente as doutrinas de Arthur Schopenhauer sobre o sofrimento inerente à vontade.

A fase final de sua jornada, que culmina em seu retorno momentâneo à luz pela memória de Kakashi e Naruto, sugere que, embora o niilismo tenha dominado sua mente por anos, a conexão humana permanece como a única força capaz de oferecer uma alternativa à negação total da existência, mesmo que tardiamente reconhecida.

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Tags:

#Análise #Naruto #Personagem #Obito #Nihilismo

Analista de Anime Japonês

Especialista em produção e elenco de animes e filmes japoneses originais. Possui vasta experiência em cobrir anúncios de elenco, equipe técnica e trilhas sonoras de produções de nicho, focando na precisão dos detalhes da indústria.

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