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O fiasco da adaptação de berserk de 2016 expõe dilemas persistentes na modernização de obras cultuadas

A recepção crítica à animação de Berserk de 2016 levanta questões sobre a gestão de licenças e os riscos da computação gráfica apressada.

Analista de Mangá Shounen
28/10/2025 às 07:07
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A adaptação animada de Berserk lançada em 2016 se tornou um ponto de interrogação persistente para os entusiastas do mangá original, um marco da fantasia sombria. A obra, reconhecida como uma das pioneiras e mestras do gênero, recebeu um tratamento televisivo que muitos consideraram aquém do seu material de origem, gerando um debate contínuo sobre a qualidade das reinterpretações de clássicos.

Um dos pontos mais criticados da produção reside nas escolhas artísticas, especificamente a dependência excessiva da animação em CGI (computação gráfica 3D). Embora a tecnologia 3D ofereça novas possibilidades visuais, a execução vista na série de 2016 resultou em um visual que desequilibrava drasticamente com a arte detalhada e visceral do mangá de Kentaro Miura. A questão central que acompanha esse fracasso é como decisões tão arriscadas e estilisticamente inadequadas puderam ser aprovadas pela equipe de produção de uma obra de tamanha importância cultural.

O paradoxo da gestão da licença

O mistério se aprofunda quando se observa o cenário de investimento em outras franquias. Enquanto estúdios renomados dedicam orçamentos pesados a adaptar mangás de menor histórico, garantindo produções visualmente ricas, como visto com Demon Slayer, o universo de Berserk parece estagnado em termos de adaptações de alta qualidade. Há uma base de fãs massiva e dedicada, indicando um potencial comercial claro para um projeto feito com o devido esmero.

A gestão da propriedade intelectual de Berserk, sob a chancela da editora Hakusensha, apresenta um cenário contraditório. Por um lado, há intervenções restritivas, como o impedimento de projetos promissores criados por fãs, citando questões de direitos autorais. Por outro lado, a mesma gestão parece inerte ao não entregar uma adaptação oficial que honre a magnitude da obra.

Este contraste entre a proteção rigorosa da propriedade intelectual e a aparente falta de iniciativas para produzir um anime digno do status de Berserk no panteão da fantasia é o que mais intriga observadores do mercado de animação japonesa. A comunidade de fãs continua a clamar por um estúdio de peso, com recursos adequados, que se comprometa a capturar a profundidade narrativa e a intensidade visual que tornaram a obra de Kentaro Miura imortal.

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Tags:

#Anime #Mangá #Adaptação #Berserk #Animação 3D

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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