A face sombria do estrelato: A polêmica de fãs do genei ryodan no universo de hunter x hunter
A popularidade de um grupo terrorista como a Trupe Fantasma levanta questões profundas sobre a moralidade no mundo de Hunter x Hunter.
Um aspecto perturbador dentro da narrativa complexa de Hunter x Hunter reside na aparente aceitação pública de indivíduos responsáveis por atos de terrorismo em massa. A existência de supostos admiradores do Genei Ryodan, ou Trupe Fantasma, expõe uma camada de corrupção moral profunda na sociedade retratada pelo mangaká Yoshihiro Togashi.
A hipocrisia da admiração
A Trupe Fantasma é notória por sua brutalidade sem limites. Seus membros destroem cidades, com a notória exceção de Yorknew City, em busca de tesouros ou por puro capricho destrutivo, resultando na aniquilação de centenas de inocentes. O choque surge ao perceber que, mesmo com essa longa lista de atrocidades documentadas - como o massacre da comunidade de Kurapika para roubar os Olhos Escarlates -, a organização parece desfrutar de uma infame celebridade no mundo ninja e hunter.
Este fenômeno sugere que a percepção pública sobre o Ryodan é distorcida pela sua infâmia e talvez por uma cultura que idolatra o poder e a rebeldia, ignorando os custos humanos. Para um personagem como Kurapika, cuja existência é definida pela vingança contra esses assassinos, ver civis buscando autógrafos deles é um espelho constante da falha sistêmica em punir criminosos de alto perfil.
A impunidade e a vigilância
Os membros da Trupe Fantasma operam com uma sensação de impunidade quase absoluta. Eles conseguem fugir de represálias governamentais e institucionais, operando nas sombras da lei. Isso realça a fragilidade das estruturas de segurança no universo de Hunter Association e nos governos estabelecidos, que parecem incapazes ou desinteressados em deter a ameaça que o grupo representa.
A presença de fãs, que podem ser jovens ingênuos ou indivíduos simplesmente fascinados pela estética 'badass' do grupo, apenas fortalece a noção de que a notoriedade supera a moralidade. Esses admiradores, sem se importar com as vítimas, acabam legitimando, ainda que passivamente, a violência do Ryodan. Talvez isso funcione como um comentário crítico sobre a sociedade contemporânea, onde a fama e o poder extremo frequentemente obscurecem crimes hediondos.
A luta de Kurapika não é apenas contra Chrollo Lucilfer e seus companheiros, mas também contra um sistema que permite que tais figuras permaneçam intocáveis e, pior, admiradas. A narrativa explora, portanto, o conflito entre a busca implacável por justiça individual e a aceitação cínica da vilania em um mundo onde a linha entre o herói e o bandido é perigosamente tênue para o observador casual.