A aparente contradição na estratégia de obito uchiha para a coleta das bestas com cauda

A figura de Obito Uchiha, um dos principais antagonistas do universo Naruto, sempre foi marcada por um poder imenso e uma complexidade estratégica notável. No entanto, após sua revelação como o verdadeiro líder por trás da Akatsuki, surge uma questão persistente sobre a lógica de suas ações: se ele era a força motriz e dispunha do Kamui, uma habilidade que permite teletransporte instantâneo e intangibilidade, por que era necessária uma organização inteira para a caça às Bestas com Cauda (Bijuus)?

Obito era amplamente conceituado como o membro mais poderoso da organização criminosa, superando em potencial muitos de seus operativos. O poder de seu Mangekyou Sharingan, o Kamui, confere a capacidade de mover objetos ou a si mesmo para outra dimensão à vontade. Esta habilidade, por si só, sugere uma autonomia quase absoluta para se infiltrar e extrair qualquer Jinchuuriki do planeta sem ser detectado ou confrontado por muito tempo.

O potencial mal utilizado do Kamui

A premissa fundamental levantada é a aparente ineficiência de desdobrar planos elaborados envolvendo múltiplos ninjas, objetivos secundários e até mesmo falhas táticas planejadas. Se o objetivo final era a ressurreição da Dez Caudas, Obito precisava fundir todas as nove Bijuus. A questão que se impõe é: por que não simplificar todo o processo?

Considere, por exemplo, os confrontos diretos. Oito Caudas, sob posse de Killer B, e o Nove Caudas, Naruto Uzumaki, representavam os maiores desafios remanescentes. Em vez de mobilizar esforços coordenados, com Itachi Uchiha e Kisame Hoshigaki encarregados de capturar o Oito Caudas, ou orquestrar um cenário arriscado para Naruto, a alternativa óbvia seria Obito utilizar o Kamui para desmaterializar B ou absorver Naruto diretamente em sua dimensão espelhada.

A necessidade de Sasuke Uchiha, por exemplo, parecer forçada no enredo envolvendo a captura de certos Bijuus, visto que um Obito em plena capacidade poderia ter neutralizado alvos de alto nível, como Bee, com relativa facilidade antes que eles pudessem reagir efetivamente.

As implicações da necessidade de disfarce

A explicação mais provável para essa aparente incongruência reside na necessidade de manobras políticas e na manutenção do disfarce. A identidade de Obito como Tobi e, posteriormente, como líder da Akatsuki, dependia crucialmente da crença de que ele era apenas um dos membros ativos, executando as ordens de Pain (Nagato) nominalmente. Expor seu poder total precocemente teria revelado sua posição de poder máximo e acelerado a reação das Kunoichi e Shinobi das Grandes Nações, como a Vila da Folha.

Adicionalmente, a estratégia da Akatsuki frequentemente envolvia a coleta de informações estratégicas sobre os Jinchuurikis. Embora Obito pudesse se teletransportar, ele precisava saber o momento exato e a localização precisa dos hospedeiros para garantir capturas sem intervenção externa significativa. A estrutura da Akatsuki, portanto, serviu como uma rede de coleta de dados e um escudo de negação plausível, permitindo que ele orquestrasse os eventos enquanto permanecia parcialmente nas sombras. Essa fachada escondia o verdadeiro arquiteto por trás do plano de paz forçada através do Tsukuyomi Infinito.

Apesar de seu poder incomparável, a ambição de Obito em manipular eventos em escala global exigiu paciência e o uso de peças coordenadas, mesmo que, sob análise isolada, essas peças parecessem desnecessárias para um indivíduo com a capacidade de atravessar dimensões.