O enigma do renascimento de griffith: Analisando a complexidade do final do arco da convicção em berserk

O clímax do arco da Convicção na obra Berserk, criada pelo mestre Kentaro Miura, permanece como um dos pontos mais cruciais e enigmáticos da narrativa. A jornada de Griffith, desde sua ascensão como líder da Tropa do Falcão até sua ascensão como Femto, culmina em um momento de profunda transformação que exige interpretação cuidadosa por parte do leitor.

Para muitos, o entendimento dessa fase gira em torno da metamorfose completa de Griffith em uma entidade quase divina, ligada aos Membros da Mão de Deus. A troca de seu corpo humano pela forma etérea de Femto, alcançada através do sacrifício de sua tropa, marca sua transcendência para um plano existencial superior.

A Dualidade da Reencarnação de Griffith

A confusão central reside na aparente contradição entre a forma de Femto e o subsequente retorno de Griffith ao seu corpo humano original, mas com a essência de seu ser transcendido recentemente estabelecida. Este retorno não é uma simples volta ao passado, mas sim uma manifestação física de seu poder recém-adquirido.

Como Femto, Griffith alcançou um nível de poder inimaginável, integrando-se à estrutura cósmica que governa o mundo de Berserk. No entanto, para exercer influência direta no plano físico e interagir com seus objetivos terrenos, uma forma material é necessária. A ideia chave é que ele não perdeu a essência de Femto; ele a solidificou novamente em um invólucro humano idealizado.

Este novo corpo é uma projeção ou um receptáculo perfeito, que ele adquire mais tarde na narrativa após ser ressuscitado pelo Rei Guts em um mundo espiritualizado. Ele retorna em sua forma mais bela e carismática, a mesma que cativou seus seguidores originalmente. A questão fundamental é: por que ele optaria por essa forma em vez de permanecer como Femto?

Motivações e Poderes Retidos

A escolha de reassumir uma forma humana versus a existência puramente espiritual de Femto é estratégica. Enquanto Femto opera nas sombras, manipulando eventos através das leis do causalidade cósmica, o corpo de Griffith permite interação direta, manipulação política e a reconquista de seguidores - algo impossível na forma puramente demoníaca.

Os poderes que ele retém são os mesmos de Femto, mas canalizados através de uma forma que maximiza seu impacto social e militar. Ele agora possui a aparência do seu eu mais desejado, combinada com a força sobrenatural que adquiriu ao se tornar um dos Apóstolos mais poderosos. A capacidade de voo observada em sua partida, frequentemente ao lado de Zodd, o Imortal, demonstra essa fusão de poder físico e místico.

Ele não busca apenas poder destrutivo, mas a concretização de seu sonho original, agora com o selo do destino selado. A complexidade reside na redefinição de seu objetivo: ele já alcançou a divindade, mas agora usa sua humanidade ressuscitada como uma ferramenta para remodelar o mundo de acordo com sua visão, tornando-se tanto um salvador quanto uma ameaça absoluta. A transição é um testemunho da ambição insaciável que define o personagem Griffith, solidificando seu papel como o antagonista central da saga.