Divergência entre webcomic e mangá de one punch man gera análises sobre a canonicidade da obra
A relação entre as versões da história de Saitama, especialmente após o arco de Garou, levanta questões sobre a linha do tempo oficial.
A jornada de One Punch Man, criação icônica de ONE e ilustrada por Yusuke Murata, sempre caminhou em duas vias paralelas: a webcomic original e o mangá serializado. Essa duplicidade, embora criativa, tem gerado discussões persistentes sobre como os eventos são canonizados, um ponto que se acentuou com a conclusão do arco de Garou.
Há relatos de longa data indicando que, no ponto em que a adaptação gráfica alcançou a conclusão da saga envolvendo o herói caçador de monstros Garou, as mudanças implementadas na versão de Murata já eram significantes o suficiente para sugerir uma bifurcação narrativa em relação à webcomic de ONE. A questão central para os leitores é determinar se essas variações são meros refinamentos artísticos ou se estabelecem universos paralelos com consequências distintas para o futuro da trama.
Expandindo o material canônico
O mangá de One Punch Man é conhecido por expandir consideravelmente o material bruto da webcomic. Enquanto a versão de ONE foca em uma progressão mais direta dos eventos, a adaptação ilustrada aproveita o formato para desenvolver tramas secundárias, adicionar profundidade a personagens coadjuvantes e, crucialmente, alterar a forma como confrontos importantes se desenrolam. O arco de Garou é um exemplo primoroso disso, apresentando sequências de luta muito mais longas e detalhadas, além de desfechos ligeiramente modificados.
Essa expansão, embora elogiada pela qualidade visual e pela intensidade das batalhas, força uma reavaliação do que constitui a narrativa “principal”. Se o artista Yusuke Murata introduz elementos substanciais que não estão presentes no rascunho original de ONE, a própria definição de cânone se torna fluida. Alguns argumentam que a versão do mangá serve como uma versão definitiva, aprimorada e visualmente superior, enquanto outros defendem que apenas a premissa criada por ONE mantém a essência narrativa intacta.
A complexidade da adaptação
Em obras com autoria dupla ou com adaptações tão gráficas, a distinção entre o material fonte e o material adaptado frequentemente se torna um ponto de fricção. No caso de One Punch Man, a expectativa é que ambas as histórias eventualmente converjam para os mesmos grandes marcos narrativos estabelecidos pelo autor original. No entanto, as cenas específicas e o desenvolvimento de poder durante o conflito contra Garou trouxeram à tona a possibilidade de que as duas histórias possam estar seguindo caminhos narrativos divergentes de forma permanente.
A forma como os eventos futuros serão orquestrados, especialmente à medida que o mangá avança para novos arcos que a webcomic ainda não detalhou completamente, será o fator decisivo para estabelecer qual versão sustentará o peso da continuidade oficial no imaginário popular. Por ora, a coexistência de duas narrativas ricas, mas distintas, oferece aos entusiastas um campo fértil para a exploração das diferentes facetas do universo de eróis e vilões.