O dilema pós-vingança de kurapika: O que fazer com os olhos do clã kurta?
A jornada de Kurapika em <strong>Hunter X Hunter</strong> culmina em um dilema logístico e emocional: o destino seguro dos fragmentos oculares de seu povo.
A busca de Kurapika, o último sobrevivente conhecido do clã Kurta, pela vingança contra a Trupe Fantasma é o eixo central de uma das sagas mais intensas de Hunter X Hunter. Central a essa missão está a recuperação das Escarlates, os olhos de seu povo, que são transformados em um tesouro cobiçado após o massacre. No entanto, uma vez que Kurapika consiga, de fato, reunir todos os olhos, um complexo dilema prático e moral se apresenta sobre a custódia desses artefatos sagrados.
A questão principal reside na preservação desses olhos. Em termos práticos, onde seria seguro armazenar um conjunto de objetos tão valiosos e biologicamente sensíveis? Uma das teorias mais debatidas sugere que Kurapika poderia depositá-los em memoriais ou túmulos simbólicos, honrando a memória de cada membro falecido do clã. Essa abordagem, contudo, esbarra em vulnerabilidades logísticas: a ausência de túmulos formais para um povo nômade torna essa opção incerta, e mais crucial ainda, nada impediria que ladrões, cientes do valor das Escarlates, tentassem roubá-las novamente.
A segurança de longo prazo e a herança genética
Outra possibilidade seria a manutenção dos olhos em um local de armazenamento altamente protegido, talvez um cofre ou um local secreto. O problema nessa situação transborda para o conceito de responsabilidade vitalícia. Manter a vigilância sobre os olhos exige dedicação constante, o que é incompatível com uma vida normal ou com qualquer ambição que Kurapika possa ter fora da vingança. A dedicação exigida seria comparável a uma sentinela perpétua.
Além disso, a longevidade do guardião entra em jogo. O que ocorreria com as Escarlates após a morte de Kurapika? A carga histórica e emocional dos olhos teria que ser transferida para as futuras gerações, forçando descendentes hipotéticos a assumirem a custódia de um legado repleto de trauma. Essa perspectiva impõe um fardo cruel e talvez injusto sobre aqueles que não viveram o sofrimento original do clã Kurta.
A natureza dos olhos escarlates, que são manifestações físicas da identidade e da dor do clã, torna impossível tratá-los como meros itens colecionáveis. Para Kurapika, eles representam o fim de sua jornada de vingança, mas a sua destinação final definirá o verdadeiro legado do clã Kurta. Encontrar uma solução que honre o passado sem comprometer o futuro permanece como um dos mistérios mais profundos que cercam o desenvolvimento final do personagem na narrativa de Yoshihiro Togashi.