A crítica à classe s de heróis e a miopia do status social

A análise aprofundada sobre a classe S de heróis revela uma dependência excessiva do rótulo de heroísmo, expondo a arrogância e a ingenuidade de membros como Child Emperor e Flashy Flash.

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Analista de Mangá Shounen

16/11/2025 às 18:54

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Uma revisão detalhada dos eventos recentes no arco da Associação de Monstros, apesar das diferenças sutis introduzidas na versão mangá em comparação com o webcomic original, reforça um ponto crucial levantado pelo herói Amai Mask: a percepção inflada de superioridade dentro da classe S de heróis. Esta elite, frequentemente enaltecida pelo público e pela própria associação, parece estar excessivamente apegada ao seu status e ranking, ignorando realidades combatentes.

Mesmo após enfrentamentos intensos contra executivos de alto calibre, muitos membros da classe S mantêm a crença de que sua posição é puramente baseada em nível de combate e experiência. A narrativa sugere que a Associação de Heróis, ao criar essa categoria de elite, inadvertidamente semeou uma cultura burocrática e focada em imagem, onde popularidade e fama cumprem um papel tão relevante quanto a força bruta.

A ilusão da classificação

Existem exceções notáveis. Figuras como Silver Fang, Genos, King e a presença enigmática de Blast demonstram consciência sobre a verdadeira força de Saitama, mesmo que os rankings oficiais discordem. O Pig God, por exemplo, realiza suas tarefas efetivamente mesmo sob ferimentos. Contudo, a maioria demonstra grande ingenuidade em relação à estrutura hierárquica.

O Child Emperor (Isamu) é citado como um exemplo proeminente dessa desconexão. Apesar de seu notável intelecto acadêmico e científico, ele cai facilmente na superficialidade dos rankings, manifestando uma arrogância que contrasta com sua aparente maturidade. Sua atitude perante Amai Mask, ao temer ferir seu "orgulho" ao ser preterido para uma missão, evidencia como as aparências e os rótulos afetam seu julgamento de valor.

Amai Mask, embora rankeado como Classe A, possui o perfil estético de um ídolo, o que leva muitos, incluindo pares como o Child Emperor e o público, a subestimar sua capacidade contra ameaças de nível Demônio. A realidade, demonstrada em lutas recentes, é que seu poder e aptidão são substanciais, superando o que seu ranking sugere.

O ego inflado de heróis de elite

A análise se estende a outros heróis S. O Child Emperor, apesar de seu equipamento avançado, demonstrou ser inexperiente e até mesmo um empecilho em confrontos cruciais. Sua incapacidade de reconhecer a verdadeira situação de Saitama contra ameaças como Phoenix Man, ou sua crença de que sua intervenção foi decisiva em resgates, aponta para uma miopia severa sobre de onde a verdadeira força emanou, atribuindo a si mesmo feitos realizados por outros.

O cenário se repete com Flashy Flash. Embora o arco da vila ninja no mangá refeito apresente uma visão mais complexa do personagem, seu encontro inicial com Saitama na base da Associação foi marcado por puro terror, seguido por delírios de superioridade. A recusa de Flashy Flash em aceitar a força de Saitama, baseando seu julgamento no ranking Classe B do herói, resultou em confrontos onde ele foi claramente superado, tremendo ao ser ameaçado com o golpe final.

A tentativa de Flashy Flash de se posicionar como mentor de Saitama, alegando que poderia ensiná-lo técnicas, é vista como uma busca por validação egoica, e não um ato genuíno de auxílio. Ele demonstra acreditar que seu status de Classe S lhe concede superioridade em experiência, ignorando que Saitama opera em um nível de poder que transcende a necessidade de métodos formais.

Até mesmo o Super Alloy Darkshine, embora tenha apresentado um desenvolvimento posterior, admitiu inicialmente que seu heroísmo estava mais ligado ao prazer de vencer e ser aclamado, refletindo como a motivação superficial pode se infiltrar no corpo de heróis de alto escalão da Associação.

An

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.