A anomalia no controle de muzan kibutsuji sobre nezuko kamado: Uma análise das regras demoníacas
A aparente hesitação de Muzan em eliminar Nezuko, apesar de seu controle absoluto, levanta questões cruciais sobre a natureza de sua maldição e o poder singular da garota.
Um ponto persistente de interesse e análise entre os entusiastas da obra Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba reside na decisão estratégica, ou aparente falta dela, de Muzan Kibutsuji em relação a Nezuko Kamado. Como o progenitor e soberano de todos os demônios, Muzan detinha controle inquestionável sobre suas criações, especialmente aquelas recém-transformadas ou aquelas ligadas por laços mais tênues ao seu sangue maligno.
A soberania de Muzan e a desobediência
A premissa fundamental da hierarquia demoníaca estabelecida por Muzan é que qualquer desvio de sua vontade deve ser punido severamente, preferencialmente com a aniquilação imediata. A transformação de Nezuko, embora diretamente causada por ele, rapidamente se alinhou a uma ameaça, pois ela demonstrou a capacidade de resistir ao desejo primordial de consumir humanos, um feito quase inédito.
O cerne do mistério gira em torno do momento em que Nezuko explicitamente desobedeceu ao seu instinto mais básico ditado pelo criador. Se o poder de Muzan permite que ele controle ou anule a vontade de seus subordinados através do sangue, por que essa punição final não foi executada quando a desobediência se manifestou de forma tão clara?
A natureza da maldição e a barreira do poder
A explicação aceita dentro da narrativa para que um demônio se liberte da completa servidão a Muzan envolve o alcance de um poder imenso, a ponto de superar o controle direto do progenitor. Para os demônios ordinários, uma ordem direta de Muzan é uma lei imposta biologicamente. Contudo, Nezuko representava uma anomalia desde o início, uma vez que sobreviveu à transformação sem perder sua consciência humana.
Argumenta-se que a imunidade parcial, ou a resistência inerente de Nezuko ao controle mental de Muzan, residia em sua pureza prévia ou na intensidade do laço com seu irmão, Tanjiro Kamado. Se o controle total exigia uma supressão ativa da vontade, Nezuko possuía uma força interna que tornava essa supressão ineficaz ou, pelo menos, temporariamente impossível de ser aplicada sem risco de dano ao próprio Muzan.
O risco estratégico para Muzan
A análise aponta que Muzan pode ter optado por observar, em vez de destruir imediatamente, por motivos estratégicos. A existência de Nezuko provava a possibilidade de um demônio transcender a maldade, o que, ironicamente, era exatamente o que Muzan buscava em sua busca incessante pela perfeição e imunidade ao sol. Eliminar Nezuko significaria extinguir uma prova viva de uma possível evolução demoníaca que ele mesmo poderia incorporar.
Ademais, a natureza do controle direto sobre as luas superiores, enquanto absoluta, parecia ser diferente daquela aplicada a demônios de sangue mais fraco. A falha em simplesmente executar Nezuko sugeria que a chave para sua destruição remotamente estava ligada a algum parâmetro desconhecido, talvez uma fraqueza inerente à primeira transformação que ele realizara em décadas. Dessa forma, a hesitação deixou a porta aberta para que a irmã de Tanjiro se tornasse o foco de sua obsessão, não apenas como uma ameaça a ser neutralizada, mas como um componente vital para seu objetivo final de dominação total sobre a luz do sol.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.