A condição humana de muzan kibutsuji: O desfecho da caçada após uma reversão milagrosa
Se a Dra. Tamayo tivesse sucesso em reverter Muzan e seus demônios à forma humana, a caçada implacável dos Caçadores de Demônios cessaria?
A narrativa de Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer) se sustenta na existência de criaturas imortais e malignas, lideradas pelo ancestral Muzan Kibutsuji. No entanto, um cenário hipotético fascinante surge ao considerar o sucesso da Dra. Tamayo Mizunoe em sua pesquisa: e se a cura ou reversão definitiva transformasse Muzan e seus subordinados em seres humanos mortais?
Esta alteração fundamental no status biológico dos demônios levanta uma questão central de justiça e retribuição dentro do universo da série: o status legal e moral dos ex-demônios mudaria o desejo da Corporação de Caçadores de Demônios em executá-los?
A natureza da pena sob a lei dos Caçadores
Historicamente, a missão dos Caçadores sempre foi a erradicação completa da linhagem de Muzan, vista como uma obra do mal absoluto que destrói famílias e transforma vidas em sofrimento eterno. Mesmo antes da ciência de Tamayo, alguns demônios que demonstraram arrependimento ou foram transformados devido a fatores externos (como a tentativa de Muzan de assimilá-los) não recebiam clemência automática. O perigo inerente e a corrupção inerente à sua existência demoníaca justificavam a sentença de morte.
Transformar Muzan em um humano comum, ainda que um humano antigo e criminoso, introduz uma complexidade jurídica inexistente até então. Os demônios, como Akaza ou Doma, cometeram incontáveis assassinatos em sua forma demoníaca. Um humano criminoso é julgado por seus atos passados, sujeito aos sistemas judiciais humanos da era Taishō, ou a justiça expedita dos Caçadores?
O destino dos Luas Superiores
Para os Luas Superiores, que são cúmplices diretos nos maiores horrores narrados, a situação seria delicada. Se eles se tornassem, por exemplo, cidadãos comuns, a corporação teria a autoridade, ou mesmo o desejo, de aplicar a lei humana? É provável que a filosofia predominante, especialmente entre veteranos como Giyu Tomioka ou o próprio Comandante Kagaya Ubuyashiki, inclinasse para a execução sumária. A reversão não apagaria os séculos de terror que eles infligiram.
O Himejima Gyomei, o Pilar da Pedra, cuja fé e senso de retidão são pilares morais da organização, certamente defenderia que a transformação física não altera a mancha kármica ou a ameaça potencial que eles representam para a humanidade. Um demônio revertido poderia, teoricamente, ser aprisionado, mas o risco de reincidência, ou a simples persistência de suas memórias e desejos malignos, parece barrar qualquer possibilidade de reabilitação aos olhos dos guerreiros.
Muzan Kibutsuji: O Homem vs. O Monstro
O caso de Muzan é o mais extremo. Se ele voltasse a ser um mero homem, ele ainda seria buscado pela mesma intensidade? Para os Caçadores, Muzan é a origem de todo o mal. A história demonstra que a luta não era apenas contra a imortalidade, mas contra a ideologia de superioridade imposta por ele. Um Muzan humano enfrentaria o peso de seus crimes, mas a execução seria vista como a única maneira de garantir que o ciclo de medo terminasse permanentemente. A filosofia de exterminar a fonte do problema prevaleceria sobre qualquer consideração de um novo sistema judicial aplicado a um ser transformado pela ciência, não pela natureza.
Portanto, mesmo alcançando o milagre científico de Tamayo, o preço da paz para a humanidade e a promessa jurada dos últimos Caçadores sugerem que a sentença de morte para Muzan e seus seguidores mais leais permaneceria inalterada, embora o método de aplicação da pena pudesse variar ligeiramente de uma decapitação rápida para um julgamento militarizado, se a liderança optasse por um ato simbólico de justiça formalizada.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.