A complexa moralidade de garp: A contradição entre dever naval e lealdade familiar em one piece

A permanência de Garp na Marinha, contrastada com suas ações em relação a Dragon e Aokiji, levanta questionamentos sobre sua verdadeira lealdade e lógica.

Fã de One Piece
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10/11/2025 às 01:12

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A complexa moralidade de garp: A contradição entre dever naval e lealdade familiar em one piece

A figura do Vice-Almirante Monkey D. Garp, conhecido como o Herói da Marinha, é uma das mais estudadas e respeitadas dentro do universo de One Piece. No entanto, a aparente contradição em suas motivações e ações tem sido um ponto central de análise entre os entusiastas da obra, especialmente no que tange seu papel como defensor da estrutura governamental versus seus laços sanguíneos e princípios morais.

Garp sempre afirmou que sua razão para permanecer na Marinha era proteger os marinheiros e a instituição de dentro, agindo como uma força de contenção contra as falhas do Governo Mundial. Ele demonstra um profundo afeto e respeito por seus colegas, valorizando a vida dos oficiais abaixo dele. Contudo, essa defesa da estrutura mostra fissuras quando observamos suas relações pessoais e seu julgamento sobre a rebelião.

O dilema em relação à família e aos ideais

Um dos maiores conflitos reside na sua postura em relação ao seu filho, Monkey D. Dragon, o líder do Exército Revolucionário. Garp expressou indignação quando Dragon decidiu abandonar a Marinha para tentar derrubar o sistema que, segundo ele, é opressor e tem uma entidade maligna no topo, como evidenciado pelos eventos de God Valley. A incredulidade de Garp sobre a escolha revolucionária do filho parece deslocada, visto que o próprio Garp tem consciência do caráter nefasto do Governo Mundial. A recusa em aceitar a luta externa contra a tirania contrasta com a suposta razão de sua permanência interna.

Analisando a cronologia, se Garp conhecia a verdade sobre os Nobres Mundiais e a natureza corrupta do alto escalão, sua revolta contra Dragon se torna menos sobre lealdade à Marinha e mais sobre a traição de uma via de poder que ele escolheu - a reforma interna, ainda que falha.

A recusa em forjar futuros líderes

Outro ponto de discórdia é a relutância de Garp em treinar ativamente certos talentos promissores, como o agora Almirante Aokiji (Kuzan). Embora Garp tenha influenciado a carreira de marinheiros notáveis, a recusa em guiar Aokiji na ascensão total ao topo ou sua passividade em moldar outros jovens Almirantes sugere que ele não está totalmente comprometido com a perpetuação do poder da Marinha, mas sim com a preservação de um status quo limitado. Ele parece manter um certo distanciamento estratégico, permitindo que o sistema siga seu curso, ao mesmo tempo em que tenta proteger indivíduos específicos (como Luffy) da Justiça cega.

A sombra de God Valley

O incidente de God Valley, onde Garp ganhou o título de Herói, é fundamental para entender sua psique. Ele envolveu-se em um combate de proporções titânicas para proteger inocentes e enfrentar uma ameaça maior, o que reforça sua natureza heroica e protetora. É possível que sua filosofia seja pragmática: ele protege o que está tangível - os marinheiros ao seu lado e o alvo imediato - mas se recusa a endossar uma guerra ideológica total contra o sistema que ele ajudou a proteger no passado. Essa dualidade força o espectador a questionar se Garp é um herói preso em um paradoxo ou um homem que escolheu proteger o mal menor, esperando que sua influência bastasse para frear os excessos.

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Entusiasta dedicado da franquia One Piece com foco em análise de conteúdo e apreciação de comédia e desenvolvimento de personagens. Experiência em fóruns especializados e discussões temáticas sobre o mangá/anime.