A busca por isekai e rpg de fantasia sem desvios para comédia romântica e fanservice excessivo

O gênero isekai, que explora o transporte de protagonistas para outros mundos, como fantasia ou baseados em jogos de RPG, consolidou-se como um dos pilares da animação japonesa contemporânea. No entanto, uma corrente crescente de expectadores manifesta descontentamento com a padronização narrativa que frequentemente ocorre após os episódios iniciais promissores.

A frustração central reside na transição de tramas que prometem exploração de poder, estratégia de combate ou construção de novos mundos para enredos que se tornam excessivamente focados em dinâmicas de comédia romântica adolescente, com a formação de haréns e um apelo exagerado ao fanservice. Há um desejo claro por histórias que mantenham o foco na jornada do herói no novo ambiente, em vez de se deterem em dilemas interpessoais triviais.

A preferência por narrativas de progressão sólida

Análises do público indicam que títulos de sucesso recente frequentemente conseguem balancear o gancho inicial com uma progressão de poder ou impacto significativo no novo mundo. O apreço é dirigido a obras onde a ascensão do protagonista é o cerne da história, e não um pano de fundo para interações românticas forçadas.

Exemplos de séries que são frequentemente citadas por manterem um ritmo mais alinhado com a expectativa inicial de fantasia épica ou RPG incluem títulos como Solo Leveling, reconhecido pela sua construção visual de poder. Outros como Escudo do Herói (The Rising of the Shield Hero) e Reencarnado como um Slime (That Time I Got Reincarnated as a Slime) também são lembrados por apresentarem elementos de construção de nação, política ou evolução de habilidades que superam o foco exclusivo em personagens femininas ao redor do herói.

O universo de Overlord, por exemplo, embora reconhecido por conter momentos de fanservice, é geralmente salvo pela sua exploração complexa de poder e estratégia militar, mantendo-se fiel à premissa de um ser supremo em um novo domínio. Esse equilíbrio sutil é o que alguns expectadores buscam.

Exemplos de foco em desenvolvimento e poder

Observa-se uma forte admiração por narrativas onde o protagonista se dedica intensamente ao treinamento ou ao aperfeiçoamento de funções específicas. Isso se reflete em séries onde o foco é aprimorar uma única habilidade até o extremo, como no caso de personagens que maximizam suas defesas, ou aqueles que priorizam a aquisição de conhecimento e criação de inventos tecnológicos para superar desafios em um cenário de fantasia. O próprio Goblin Slayer é citado como um arquétipo de história que permanece visceralmente focado em uma missão específica, ignorando distrações românticas em prol da temática principal.

A rejeição se dirige especificamente àquele tropo onde o personagem principal, após um início forte, é subitamente transformado em um objeto de desejo universal, resultando em conflitos melodramáticos que desviam a atenção da aventura principal. A procura, portanto, é por narrativas que honrem a premissa de um novo começo transformador, seja através de poder absoluto, como em Eu Sou uma Aranha, e daí? (So I'm a Spider, So What?), ou através de um sistema de jogo/dungeon a ser conquistado com astúcia e força.