O aumento da censura nos estados unidos e as remoções em massa do mangá assassination classroom
Relatos apontam uma onda preocupante de remoções do mangá Assassination Classroom nos EUA, superando 50 incidentes em um ano.

17/10/2025 às 08:42

Uma tendência crescente de restrições ao conteúdo cultural tem gerado preocupação entre consumidores de mídia nos Estados Unidos. Investigação recente revelou que o mangá Assassination Classroom (Ansatsu Kyoushitsu), obra popular de autoria de Yusei Matsui, sofreu mais de 50 remoções ou proibições em estabelecimentos americanos ao longo de apenas um ano.
A série, que narra a história de uma turma de estudantes de ensino médio encarregada de assassinar seu professor, uma criatura superpoderosa com prazo de vida limitado, toca em temas sensíveis como violência, educação e a linha tênue entre o certo e o errado. A alta frequência de remoções sugere uma aplicação rigorosa, ou até mesmo uma escalada, de políticas de censura em diversos pontos de venda e bibliotecas nos EUA.
A normalização da restrição de conteúdo
O volume de incidentes em um período tão curto, envolvendo um título de grande circulação e aclamação crítica, levanta questões sobre a aceitação de limitações ao acesso a obras de ficção. Diferente de censura estatal formal, estas ações frequentemente se manifestam através de decisões locais, pressões de grupos de pais ou revisões internas de estoques de varejistas e sistemas de bibliotecas públicas.
A natureza do título Assassination Classroom, onde o ato de assassinato é o pilar central da trama pedagógica, o torna um alvo fácil para avaliações baseadas em conteúdo controverso. O foco narrativo, contudo, nunca foi a glorificação da violência, mas sim a dinâmica complexa de motivação, desafio e superação pessoal.
As implicações para o mercado de mangás
Quando um mangá com a penetração de mercado de Assassination Classroom é alvo de tantas intervenções, os reflexos podem ser sentidos em toda a cadeia de distribuição. Editoras e varejistas tornam-se mais cautelosos ao estocar ou exibir títulos com temas que possam ser interpretados fora de contexto.
Especialistas em liberdade de expressão frequentemente apontam que a remoção de livros baseada em controvérsia subjetiva pode levar a um efeito intimidador, onde outros materiais com temas semelhantes podem sofrer remoções preventivas. Isso afeta diretamente a diversidade disponível aos leitores, especialmente o público jovem que frequentemente se inicia no hobby através dessas obras.
A análise dos dados de remoção sugere que a definição de “inadequado” está se expandindo, englobando obras de ficção que simulam cenários extremos. É um indicativo de que a fronteira entre desaprovação pessoal e restrição de acesso público está se tornando cada vez mais tênue no cenário cultural americano contemporâneo, transformando obras populares em pontos focais de debates sobre o que a sociedade considera aceitável para consumo.
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Analista de Webtoons e Direitos Autorais
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