Apathy na narrativa de hunter x hunter: Fãs sentem dificuldade em se engajar no conflito entre hisoka e a trupe fantasma

A complexa teia de relações e rivalidades no mangá Hunter X Hunter, obra de Yoshihiro Togashi, encontrou um ponto de fricção inesperado entre parte de sua base de leitores: a atual escalada do conflito entre Hisoka e membros da lendária Trupe Fantasma.

Embora combates de alto nível e reviravoltas sejam marcas registradas da série, surge um sentimento de distanciamento emocional em relação a essa disputa específica. O cerne da aparente apatia reside na natureza moral ambígua dos protagonistas envolvidos. Para alguns observadores, a expectativa não é torcer por um vencedor, mas sim desejar que as duas facções drasticamente prejudiciais se neutralizem mutuamente.

Antipatia mútua e o dilema moral do espectador

A ausência de um personagem claramente virtuoso nesse embate direto gera um vácuo de identificação. Não há um lado que represente valores a serem defendidos ou um objetivo de sucesso que motive o investimento emocional profundo. Mesmo reconhecendo a qualidade da escrita e a competência técnica das cenas de ação que o arco proporciona - que são frequentemente descritas como espetaculares -, falta o combustível da torcida genuína.

A narrativa de personagens moralmente cinzentos, como os membros da Trupe Fantasma e o próprio Hisoka, exige um tipo diferente de engajamento do leitor. No universo de Hunter X Hunter, muitas vezes o público se divide entre o menor dos males ou o anti-herói mais carismático. Contudo, neste ponto da história, a linha que separa interesse de exaustão parece ter se tornado tênue.

A possível salvação: a entrada de Kurapika

A expectativa para uma reviravolta no nível de engajamento recai sobre a inevitável inserção de Kurapika no centro da ação. A trajetória do personagem, impulsionada pela vingança pela aniquilação de seu clã, é um dos pilares emocionais mais fortes da obra. A menção ao jovem protagonista traz uma mudança imediata de perspectiva, pois ele representa um ponto de vista ético que a audiência deseja ver triunfar.

A especulação aponta que Kurapika, para atingir seus objetivos - frequentemente ligados à recuperação dos olhos escarlates roubados -, pode se ver obrigado a colaborar em circunstâncias complexas, talvez até mesmo auxiliando Chrollo Lucilfer, o líder da Trupe Fantasma, em tarefas específicas, como obter tesouros valiosos. Qualquer manobra que force a interação entre a busca por justiça de Kurapika e o caos da Trupe certamente irá infundir a trama com a urgência e o investimento pessoal que, atualmente, o confronto direto entre Hisoka tem tido dificuldade em manter.

Enquanto o arco se desenrola para este ponto de inflexão, ele permanece um elemento fascinante para análise estrutural, mas, para uma parcela da audiência, precisa de um catalisador emocional mais palpável para justificar a dedicação total.