As semelhanças perturbadoras entre skull king e griffith no arco final de berserk

Uma reavaliação detalhada da narrativa de Berserk, especialmente nos eventos que culminam com a ascensão de Falconia, levanta reflexões profundas sobre os paralelos entre a figura de Griffith e o antigo imperador de Midland, conhecido como o Skull King (Rei Caveira).

O Skull King é historicamente retratado como um monarca tirânico que utilizou mão de obra escrava para erguer uma cidade dedicada à libertinagem e aos excessos. A menção a uma câmara específica, localizada no poço da Torre do Renascimento onde Griffith esteve aprisionado, serve como um lembrete visual sombrio dessa história antiga.

O ciclo de renascimento e sacrifício

Grande parte da tensão narrativa subsequente ao reaparecimento de Griffith reside em suas verdadeiras motivações ao elevar a cidade de Falconia das profundezas de Midland. Observadores da obra percebem uma tendência perigosa: a ideia de que Griffith estaria pavimentando o caminho para repetir o ciclo de seu predecessor histórico.

A dúvida central é se Falconia, a utopia aparente criada sob o comando de Griffith, será apenas o próximo instrumento de sua ambição. Teorias apontam que o cenário idílico pode ser artificialmente sustentado ou, pior, destinado a ser o sacrifício final para um novo estágio de evolução ou renascimento do Femto, ecoando o destino da cidade construída pelo Skull King.

A conexão entre os dois personagens sugere que as ações de Griffith não são um caminho singular para a paz mundial, mas sim a continuação de um padrão estabelecido por antigos poderes. O Skull King, ao forçar a construção de um centro de prazeres materiais (e posteriormente, presumivelmente, sacrificá-lo ou usá-lo como base para sua transição), estabeleceu uma máxima sombria na história daquele mundo.

A ambição além da salvação

Se a premissa é que Griffith utilizará Falconia da mesma forma, sua intenção não seria governar ou salvar a humanidade de forma altruísta, mas sim solidificar seu poder cósmico, utilizando a cidade como um repositório de almas ou um ponto focal para um evento transcendental. A estrutura antiga, ligada à Torre do Renascimento, reforça a ideia de que o 'novo' Griffith está apenas reformulando o palco de um drama já visto.

Esta interpretação sugere que as narrativas do passado em Midland não são meros contos de fadas sombrios, mas sim profecias concretas sobre o destino de qualquer entidade que alcance o poder divino na história da obra. O legado do Skull King, materializado nas ruínas e na memória, permanece como um aviso sobre o custo humano da divindade alcançada por meios questionáveis.