Análise levanta dúvidas sobre a tática de kaigaku no arco 'treno do distrito do entretenimento' em kimetsu no yaiba
Um ponto crucial na história trágica de Kaigaku, ex-companheiro de Tanjiro, gera questionamentos sobre suas ações imediatas ao buscar o demônio.
A trajetória de Kaigaku, um dos antagonistas notáveis no universo de Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer), possui um momento divisor de águas que, reexaminado, apresenta uma aparente falha lógica em sua reação imediata contra os esforços de proteção na época em que era humano. O ponto central da análise reside na tragédia que levou à morte das crianças que o Mestre Gyomei Himejima protegia.
É um fato estabelecido que essas crianças pereceram após Kaigaku, ainda como aprendiz de espadachim, desobedecer ordens e permanecer fora do templo ao anoitecer. O encontro fatal com um demônio só foi possível devido à remoção de um item de segurança essencial: o incenso de wisteria que envolvia o templo.
O Incenso de Wisteria como Barreira Inviolável
A eficácia das flores de wisteria como repelente natural contra demônios é um princípio básico dentro da cosmologia da série. O incenso, impregnado dessa essência, funcionava como uma barreira que impedia a entrada de onis nas áreas protegidas, garantindo a segurança de Gyomei e dos órfãos sob seus cuidados. Tal recurso era o pilar da defesa do templo contra ameaças noturnas.
Contudo, o clímax da imprudência de Kaigaku é notável. Em vez de simplesmente se abrigar no interior seguro do templo, que já estava protegido pela influência passiva do incenso, o personagem avançou diretamente para derrubar o objeto físico que emanava o cheiro repelente. A questão que surge é sobre a intenção e a eficácia da própria barreira.
Se o aroma da wisteria era suficiente para manter criaturas demoníacas afastadas da estrutura, uma dedução imediata seria que, ao correr para fora, Kaigaku se expôs intencionalmente. A ação de destruir o incenso fisicamente sugere que ele precisava eliminar a proteção para confirmar um confronto, uma vez que, estando dentro da zona de influência do cheiro, o demônio não deveria conseguir se aproximar ou manter contato eficaz.
A Incoerência Tática
A narrativa estabelece que o demônio não entraria devido ao incenso. Portanto, ao invés de chutar ou destruir a fonte do aroma, o caminho lógico para a sobrevivência, ou mesmo para um confronto controlado, teria sido permanecer confinado dentro das paredes do templo. Dentro da estrutura, mesmo que o demônio estivesse atacando a barreira externa, as crianças e ele estariam teoricamente a salvo da invasão direta, dada a força conhecida da wisteria na proteção contra Onis.
A escolha de Kaigaku de ir ao encontro da barreira e deliberadamente aniquilá-la para forçar o ataque implica uma decisão ativa de permitir o desastre, em vez de explorar a vantagem defensiva pré-existente. Esse ato não só culminou na tragédia dos órfãos, mas também serve como um marco inicial de sua completa rendição à escuridão e ao desespero, pavimentando sua ascensão posterior como um dos Doze Kizuki.
Analista de Mangá Shounen
Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.