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Análise do sonho premonitório de griffith: Um destino temido ou mal interpretado no mangá <strong>berserk</strong>?

Interpretações do enigmático sonho de Griffith antes do Eclipse levantam debates sobre a felicidade versus o fardo da sua ascensão.

Analista de Mangá Shounen
12/11/2025 às 11:40
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Um dos momentos mais cruciais e enigmáticos da narrativa de Berserk, o sonho de Griffith momentos antes do Eclipse, continua a ser um ponto focal de intensa análise pelos leitores. Embora muitas visualizações sugiram um futuro de aparente contentamento, uma leitura mais aprofundada revela uma visão que conflita drasticamente com a ambição desenfreada que define o personagem.

A cena apresenta Griffith em um ambiente doméstico, ao lado de Casca e uma criança. Institucionalmente, a visão tem sido frequentemente rotulada como um caminho de felicidade modesta, uma vida que ele estaria deliberadamente recusando em prol do seu sonho de reinos e poder. Contudo, os detalhes observados pintam um quadro bem mais sombrio e carregado de ironia trágica.

A natureza da família sonhada

As especulações sobre a identidade dos envolvidos no sonho são notáveis. Alguns analistas sugerem que a criança retratada não seria um filho biológico de Griffith, mas sim o filho de Guts e Casca. Griffith, em seu estado pós-Eclipse, não teria capacidade de gerar descendência, o que reforça a ideia de que ele estaria vivenciando um futuro onde Casca permaneceu ao seu lado por lealdade ou pena, mas mantendo uma ligação profunda com seu antigo capitão e pai da criança.

Sob essa ótica, o destino visualizado não é de glória, mas de dependência total. Viver ao lado da mulher que ama outro homem, ser incapaz de realizar qualquer feito significativo, e ter seu papel reduzido ao de um fardo, cria um cenário profundamente humilhante para um indivíduo movido unicamente pela conquista de um legado próprio.

O conflito entre ambição e estagnação

Para um personagem que sacrificou tudo pela busca de um reino e independência absoluta, a imagem de uma vida estática, sustentada pela piedade alheia, é o oposto do triunfo. A simplicidade daquele lar se torna uma prisão dourada. Ele não teria nada que fosse verdadeiramente dele, nem mesmo a paternidade ou o afeto incondicional, elementos que ele sempre buscou controlar ou manipular.

Apesar das muitas alegações de que Griffith rejeitou um caminho feliz por orgulho excessivo, a análise da cena sugere que a felicidade ali exibida era intrinsecamente vazia em relação às suas megalomaníacas aspirações. O que parecia ser um futuro aceitável para a maioria, sob o prisma da sua personalidade narcisista e determinada, era, na verdade, um pesadelo de irrelevância. O sacrifício da Banda do Falcão, e o subsequente surgimento de Femto, serviram para garantir que ele jamais precisasse encarar aquela vida de limitação e dependência emocional.

Estudar este instante visionário revela a profundidade da psicologia de Griffith: sua motivação para a Idade da Ascensão não residia apenas em querer ser rei, mas em evitar, a qualquer custo, a irrelevância e a submissão que o sonho parecia lhe reservar. A obra de Kentaro Miura continua a utilizar esses momentos enigmáticos para complexificar as razões por trás do seu antagonista mais icônico.

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Tags:

#Guts #Casca #Griffith #Sonho Eclipse #Interpretação Berserk

Analista de Mangá Shounen

Especializado em análise aprofundada de mangás de ação e batalhas (shounen), com foco em narrativas complexas, desenvolvimento de enredo e teorias de fãs. Experiência em desconstrução de arcos narrativos e especulações baseadas em detalhes canônicos.

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