Análise de recepção levanta questões sobre o tratamento de personagens no arco do castelo infinito
Críticas apontam inconsistência na construção de lutas e o desenvolvimento de vilões cruciais, como Kaigaku e Doma.
Apesar do apreço geral pela animação de alta qualidade, a recente adaptação do arco narrativo do Castelo Infinito em Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer) tem gerado debates focados na execução de sequências de luta e no desenvolvimento de certos antagonistas. Enquanto a fluidez visual é elogiada, alguns pontos cruciais na narrativa parecem ter perdido impacto no processo de transposição para a tela.
A Coreografia das Batalhas e o Foco Narrativo
A qualidade da animação é consistentemente um ponto forte, garantindo que as cenas de ação sejam visualmente espetaculares. Contudo, a eficácia dessas lutas parece variar dependendo dos combatentes envolvidos. Observa-se que o confronto anterior com Gyutaro, por exemplo, reteve um nível de tensão e engajamento que nem todas as batalhas subsequentes conseguiram replicar.
O Desenvolvimento de Kaigaku e Doma
Uma das maiores fontes de insatisfação reside no manejo de personagens cruciais, como Kaigaku. A aparição limitada do personagem, restrita a breves flashbacks antes do filme, afetou a conexão emocional do público com sua trajetória. Para muitos, a falta de tempo de tela significativo tornou seu arco superficial e, consequentemente, a relevância de sua participação no confronto pareceu reduzida, descrita por alguns como longa, enfadonha e desnecessária.
Situação semelhante é observada em relação a Doma. Embora ele tenha recebido um momento de destaque retrospectivo introduzido na terceira temporada, este flashback também foi percebido como insuficiente para construir a profundidade esperada para um vilão com tanta relevância na mitologia da organização. A construção de seu passado, embora triste, pareceu mais um dispositivo para encerrar seu arco rapidamente do que um aprofundamento substancial de sua motivação.
O Interesse em Akaza
Em contraste, o interesse pela luta envolvendo Akaza manteve-se elevado, justamente por ele ser um personagem já estabelecido e previamente explorado na trama. Embora sua batalha tenha sido esperada, a execução do seu próprio flashback, embora contivesse elementos dramáticos, não alcançou o nível de satisfação narrativa ideal. Percebeu-se que a sequência serviu primariamente como uma justificativa para sua eventual derrota, em vez de um desenvolvimento orgânico de seu antagonismo.
A experiência geral com o confronto no Castelo Infinito pendura-se na balança entre a excelência técnica da animação e certas escolhas de ritmo e priorização de desenvolvimento de personagens secundários ou vilões que já mereciam um tratamento mais robusto há mais tempo na produção baseada no mangá de Koyoharu Gotouge.