Análise levanta dúvidas sobre a real autoria do massacre do clã kuruta em hunter x hunter

Intrigas na obra de Yoshihiro Togashi: Novas interpretações sugerem que a Aranha pode não ser a única responsável pela chacina dos olhos escarlates.

Fã de One Piece
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28/10/2025 às 16:40

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Desde o início da saga de Hunter x Hunter, a Tropa Fantasma (Phantom Troupe) é amplamente tida como a responsável pelo extermínio completo do clã Kuruta, evento central para a motivação de Kurapika. Contudo, uma reavaliação dos detalhes apresentados na obra de Yoshihiro Togashi sugere que essa vinculação, vista como um fato estabelecido, carece de provas diretas e irrefutáveis na narrativa.

Ausência de evidências diretas

O cerne da questão repousa na natureza da tragédia: o clã Kuruta foi aniquilado sem deixar sobreviventes. Isso significa que não há testemunhas diretas que apontem os membros da Trupe como os genocidas. A informação de que a Aranha cometeu o ato se consolidou mais como um boato repetido do que como uma cena explicitamente mostrada ou confirmada por um membro do grupo. Não há flashbacks ou imagens inquestionáveis que liguem os oito membros ao massacre, apenas a aceitação dessa premissa pelo público e por personagens secundários.

O diálogo ambíguo com Uvogin

Um momento crucial de suposta confirmação ocorre durante o confronto entre Kurapika e Uvogin. Quando Kurapika o acusa diretamente de ser o responsável pelo crime ocorrido três anos antes, a resposta de Uvogin não é uma admissão de culpa. Ele apenas raciocina, dado que fazia parte da Trupe na época, que deveria ter participado. O fato de Uvogin demonstrar não possuir memórias claras do evento, conforme seu depoimento, levanta uma hipótese alternativa: a ausência de lembrança pode indicar que ele, de fato, nunca esteve presente na chacina.

Interpretações nas falas de outros membros

Em outras cenas notáveis, como o diálogo entre Pakunoda e Feitan no anime de 2011, a conversa gira em torno da existência dos olhos escarlates, mas nunca há uma declaração explícita de autoria. Eles sabem do massacre, mas contextualizar esse conhecimento como participação ativa é um salto interpretativo. Posteriormente, no arco da Feira de Yorknew, quando Gon confronta Chrollo Lucilfer sobre a natureza de seus atos de violência, a resposta do líder da Trupe é filosófica e refratária a uma imagem de assassino sádico. Chrollo reflete sobre o peso de tirar vidas, sugerindo uma humanidade que contrasta com a imagem de um executor frio e impulsivo.

Motivação e a natureza da Trupe

A fundação da Tropa Fantasma é ligada à dor e à perda de um de seus membros, um evento que uniu o grupo em luto e sobrevivência. Isso indica que a Trupe valoriza a vida dos seus companheiros, distanciando-se da ideia de serem meros assassinos sem propósito. Além disso, o líder, Chrollo, é fundamentalmente um ladrão de artefatos históricos e itens de valor cultural. A aquisição dos olhos escarlates, embora valiosa, pareceria contradizer a metodologia do grupo se envolvesse o extermínio total de um clã, quando a simples subtração dos olhos talvez fosse suficiente para um ladrão focado em colecionar.

O tráfico de olhos e a rede política

A reintrodução dos olhos escarlates no enredo, através da obsessão do Príncipe Tserriednich Hui Guo Rou, revela uma complexa e organizada rede de tráfico político e de mercado negro. Essa estrutura centralizada e hierárquica é drasticamente diferente da abordagem de mercenários e ladrões da Trupe Fantasma. Argumenta-se que o massacre do clã Kuruta pode ter sido apenas um pretexto, uma cortina de fumaça orquestrada por essa rede maior, com a Trupe sendo responsabilizada posteriormente pela reputação ou pelos poucos itens que possam ter de fato obtido.

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Fã de One Piece

Entusiasta dedicado da franquia One Piece com foco em análise de conteúdo e apreciação de comédia e desenvolvimento de personagens. Experiência em fóruns especializados e discussões temáticas sobre o mangá/anime.