Análise da primeira fase de naruto: A dualidade entre a inspiração e a previsibilidade do protagonista
A conclusão da primeira parte da saga Naruto revela sentimentos mistos sobre o ninja, equilibrando seu sistema de poder e trilha sonora com a tática de combate repetitiva do personagem principal.
A fase inicial da jornada de Naruto Uzumaki, que se encerra pouco antes da transição para Naruto Shippuden, tem gerado reflexões sobre a construção do personagem central. Embora o arco seja amplamente elogiado por apresentar um sistema de poder engajador, um elenco de apoio carismático e uma organização vilã memorável, o protagonista emana sentimentos conflitantes no espectador que acaba de completar essa etapa da história.
O lado admirável de Naruto
Incontestavelmente, a positividade inabalável de Naruto, sua confiança contagiante e a força de vontade obstinada em perseguir seu sonho de se tornar Hokage são elementos que inspiram grande parte do público. Estes atributos formam a base moral do personagem e impulsionam a narrativa através de desafios significativos no mundo dos ninjas, como visto nos confrontos durante o Exame Chunin.
A crítica à fórmula de combate
No entanto, a principal fonte de frustração reside justamente na metodologia de luta de Naruto. Observa-se um padrão recorrente nas batalhas que beira a monotonia, tornando seus confrontos, paradoxalmente, alguns dos momentos menos dinâmicos da primeira fase.
A sequência tática é frequentemente identificada como:
- Ser provocado ou facilmente irritado por um oponente.
- Convocar rapidamente múltiplos Kage Bunshin no Jutsu (clones das sombras).
- Avançar de maneira imprudente, visando um ataque físico direto.
- Ver os clones serem aniquilados.
- Empregar uma distração momentânea ou usar a falha como base para um discurso motivacional.
- Manter a luta, muitas vezes dependendo de uma força externa emergencial, como a liberação da Nove Caudas. 2. Sumonando o arsenal limitado
Esta abordagem cíclica leva à percepção de que o arsenal base do ninja mascarado, centrado no Kage Bunshin e no Rasengan, carece de versatilidade inicial. O Rasengan, apesar de ser uma técnica poderosa, é frequentemente evitado pelos adversários ou se mostra ineficaz em momentos cruciais, levantando questionamentos sobre a eficácia real de suas poucas habilidades centrais antes do desenvolvimento posterior.
Impulsividade e a falta de disciplina tática
Outro ponto sensível é a facilidade com que o personagem perde o controle emocional. A impulsividade de Naruto o faz entrar em combate às cegas em inúmeras ocasiões. A previsibilidade desse comportamento contrasta ironicamente com sua reputação de ser o ninja mais imprevisível da Vila da Folha, já que a reação padrão de ir ao ataque imediato se torna facilmente antecipada por quem o observa.
A crítica se estende à ineficácia do treinamento recebido. Para um prodígio que conta com três mentores reconhecidos - incluindo o talentoso Kakashi Hatake -, a incapacidade de assimilar a lição fundamental de avaliar o perigo e controlar as emoções antes de agir parece negligenciada. Embora a imprudência possa ser um traço definidor, a repetição constante desse erro em situações de risco de morte gera exasperação.
A uniformidade das habilidades dos ninjas
A limitação do arsenal não é exclusiva de Naruto, conforme apontado. Muitos outros shinobis, mesmo os mais habilidosos, tendem a se apoiar em um ou dois jutsus centrais. Kakashi, teoricamente um ninja com um vasto repertório devido à sua habilidade de copiar, raramente demonstra a amplitude total de seu conjunto de movimentos na primeira fase da cronologia, focando em técnicas mais acessíveis e menos complexas.
A expectativa agora se volta para a próxima etapa da narrativa, na esperança de que o personagem consolide o bom desenvolvimento moral com uma evolução tática significativa, superando os padrões repetitivos que marcaram sua ascensão inicial no mundo dos shinobis.