Análise aponta potencial desperdiçado no confronto entre tanjiro e kokushibo no mangá
A possibilidade de um encontro direto entre Tanjiro Kamado e Kokushibo é vista como um momento crucial perdido no clímax da narrativa.
Um ponto de discussão recorrente entre os entusiastas da obra Kimetsu no Yaiba (Demon Slayer) diz respeito à ausência de um confronto direto entre o protagonista, Tanjiro Kamado, e o Lua Superior Um, Kokushibo. Este lapso na trama, que culminou com Kokushibo servindo primariamente como clímax para outros personagens secundários, é visto por muitos como uma oportunidade narrativa significativa desperdiçada.
A relevância de Kokushibo, o espadachim mais forte entre os demônios sob o comando de Muzan Kibutsuji, o posicionava naturalmente para uma interação dramática com Tanjiro. A tensão narrativa seria exponencialmente aumentada se considerássemos os elementos simbólicos que unem e separam os dois guerreiros.
O peso dos artefatos e da linhagem
O que torna a não ocorrência deste embate ainda mais notável é o simbolismo presente nas características de Tanjiro. O jovem protagonista não apenas herdou a técnica ancestral da Respiração do Sol, a qual remonta às origens da família de espadachins, mas também utiliza os icônicos brincos de hanafuda.
Para Kokushibo, que possui uma ligação profunda e complexa com os primórdios da caça aos demônios e com a respiração solar que seu irmão, Yoriichi Tsugikuni, dominava, testemunhar Tanjiro ostentando esses mesmos símbolos teria gerado reações extremas. Imagina-se que a visão de Tanjiro manejando o poder solar, aliado aos brincos, provocaria um choque de proporções épicas no Lua Superior. Tal evento certamente forneceria um substrato emocional e histórico muito mais rico ao seu arco de personagem.
Kokushibo como antagonista de Tanjiro
A presença de Kokushibo no arco final da história do mangá, embora responsável por batalhas memoráveis, parece ter relegado o Lua Superior a um papel de prova final para a geração atual de Caçadores de Demônios, em vez de um confronto direto com a linhagem que ele mais temia ou invejava, que é a dos usuários da Respiração do Sol. Embora ele tenha tido um papel fundamental na história de Muichiro Tokito e Gyomei Himejima, uma conexão mais profunda com o desenvolvimento do próprio Tanjiro parecia inevitável.
A expectativa era que a revelação da Respiração do Sol por parte de Tanjiro forçasse Kokushibo a confrontar fantasmas de seu passado e a natureza de sua própria existência como demônio. Esse tipo de confronto não seria apenas uma batalha física, mas um duelo ideológico sobre legado e fracasso. A estrutura narrativa, no entanto, optou por explorar outros caminhos no clímax da Guerra Final contra Muzan Kibutsuji, deixando em aberto este potencialmente explosivo encontro entre Tanjiro e o mais forte dos demônios.