Análise: O conceito dos bijuu foi planejado desde o início no universo naruto?
Investigação sobre a evolução dos Bijuu, as feras com caudas, do arco original ao Shippuden e se sua complexidade foi intencional.
O universo de Naruto é vasto e repleto de conceitos sobrenaturais que evoluíram significativamente ao longo de sua longa trajetória no mangá e anime. Um dos elementos mais centrais e poderosos são os Bijuu, as Bestas com Caudas, como a temível Kurama (a Raposa de Nove Caudas) e Shukaku (o Tanuki de Uma Cauda).
Recentemente, surgiu um debate sobre a profundidade inicial dada a essas criaturas. A questão central reside em saber se a noção completa dos Bijuu, como entidades com personalidades distintas e um papel central na história mundial ninja, estava presente desde o arco inicial do Naruto clássico, ou se essa complexidade foi um acréscimo posterior, introduzido majoritariamente durante a fase Shippuden.
A Representação Inicial: Monstros Selados
No início da saga, Kurama e Shukaku aparecem essencialmente como forças da natureza destrutivas, usadas como armas vivas pelos vilarejos ocultos. O foco estava mais no fardo de ser o Jinchuriki, o hospedeiro humano, e na ameaça imediata que esses seres representavam para Konoha e Sunagakure. Nessa fase, Kurama era retratado como um espírito malévolo e selado, e a relação entre os diferentes monstros não era explorada além da necessidade de contenção.
Entretanto, mesmo na primeira série, há indícios da arquitetura maior por trás. O conceito de selar grandes massas de chakra em humanos, tornando-os armas de contenção de poder, serviu como um prenúncio do que viria a ser o plano de Madara Uchiha e, posteriormente, a verdadeira natureza dos Bijuu.
A Expansão da Mitologia no Shippuden
A transição para Naruto Shippuden marcou uma expansão dramática na mitologia ninja. Foi nesse ponto que a contagem exata das nove bestas, suas diferenças de poder baseadas no número de caudas e a história de seu criador, o Sábio dos Seis Caminhos, foram reveladas. Este desenvolvimento estruturou os Bijuu não apenas como monstros, mas como fragmentos do poder original de Kaguya Otsutsuki.
A existência de outros Jinchuriki e suas respectivas aldeias, como Gaara de Sunagakure e Killer B de Kumogakure, solidificou a ideia de que o selamento dos Bijuu era uma prática global, e não apenas um segredo de Konoha. A profundidade na interação entre Naruto e Kurama, onde o raposo passa de antagonista a mentor relutante, demonstra uma intenção de humanizar (ou, no mínimo, dar voz) a essas entidades.
Revisão dos Elementos Precursores
A menção de que Kurama e Shukaku eram apenas tratados como monstros selados na fase inicial ignora a presença de outros elementos que apontam para um planejamento de longo prazo. O sistema de poder baseado em chakra, a ideia de linhagens sanguíneas poderosas e a menção precoce a entidades lendárias sugerem que Masashi Kishimoto, o criador da obra, já tinha vislumbres da estrutura mitológica que seria plenamente desenvolvida mais tarde. A diferença principal parece ser o nível de detalhe revelado, e não a ausência total do conceito.
Analisando o arco narrativo, enquanto a complexidade total dos Nove Bijuu e sua conexão com a história antiga de Konoha é uma característica definidora do Shippuden, os pilares básicos para a existência dessas forças - o selamento de espíritos poderosos em humanos - estavam presentes desde a primeira série. A narrativa se beneficiou de expandir essa fundação prévia, transformando monstros em personagens cruciais para a paz mundial em Konoha.